MOSAICO – Coletânea de textos literários de cinco autores nordestinos que, através da organização de um deles, Raimundo de Moraes, publicam vinte e cinco pequenas narrativas, por meio da Interpoética e com projeto gráfico de Sennor Ramos, contando com a revisão do Grupo Autoajuda Literária. O livreto é a quarta publicação do Porto de Cultura Interpoética e é constituído por cinco textos de cada autor que a seguir serão analisados. Vale aqui uma explicação: denomino o projeto de livreto não por desdém ou por depreciação. Apenas sigo uma definição do termo da qual tomei ciência recentemente. Segundo publicação da Martin Claret, o termo livro foi definido pela Unesco na década de 60, para fins meramente estatísticos, como sendo “uma publicação impressa, não periódica, que consta de no mínimo 56 páginas, sem contar as capas”. Como esta obra consta de apenas 44 páginas, deixa de ser considerada livro, segundo esta definição, embora, para outras fontes, ela assim possa ser considerada.

A seguir, farei um breve comentário a respeito de cada autor, utilizando-me para isto, de informações contidas na própria obra.

Cícero Belmar, “é o fornecedor oficial do doce de leite de Bodocó para o Autoajuda Literária. É jornalista, escreve para adultos e para o público infantojuvenil. Também é autor de peças de teatro.” Embora eu não conhecesse nada sobre o autor, ele já recebeu diversos prêmios incluindo os da Academia Pernambucana de Letras. Esta é a sua quarta publicação que eu conheço, sendo as outras três individuais. Foi premiado com a primeira, intitulada “Rosselini amou a pensão de dona Bombom” e com a segunda, intitulada “Umbilina sua grande rival”. As duas obras valeram-lhe os prêmios de ficção Vânia Souto Carvalho, da Academia Pernambucana de Letras, e o Lucilo Varejão do Conselho Municipal de Politica Cultural, da Fundação de Cultura do Recife, tanto para uma como para a outra. Com sua terceira publicação, “Aqueles livros não me iludem mais” recebeu o prêmio da Academia Pernambucana de Letras para obras de ficção Vânia Souto Carvalho. Os cinco textos escritos por Belmar para esta coletânea são: “Vassourada”, “Fogo”, “A paixão segundo Clarice”, “O sorriso de Caterine” e “Por fim”.

Clayton Cabral, “com quase dois metros de bom humor”, segundo consta nos dados biográficos do autor nesta obra, “espalha seu talento pelo teatro, literatura e publicidade, não necessariamente nesta ordem, mas depende do cachê”. Escreve para o blog Cleytudo e também tem uma coluna no site Interpoética. No seu blog ele se define como redator, publicitário e ator, declarando um caso de amor com as palavras e prometendo jamais terminar esse romance. Lançou no dia do meu aniversário – 29 de janeiro deste ano – seu primeiro livro – “Tempo nublado no céu da boca”. Os cinco textos de Clayton nesta obra são: “Extraclasse”, “Ex-marido”, “A fila não anda”, “Chorume” e “Primeira comunhão”.

Gerusa Leal, “é contista, poeta e começa a enveredar pelo universo da literatura infantojuvenil. É criativa também no forno e fogão: prepara um delicioso cuscuz paulista.” Escreve no blog Flor de gelo. Participa da obra com “Ah, meu”, “Um cochilo depois do jantar”, “Pôr do sol”, “E foi por isso que mataram o Baiano” e “Pressa”. Sobre esta autora há neste blog outras postagens, uma vez que ela é nossa parceira, dispensando assim maior extensão.

Lúcia Moura, “é bibliotecária, adora viajar, receber amigos e usar kaftas estilosas. Tem textos publicados na internet e em antologias como o Pimenta rosa. Em outra encarnação foi uma cigana tcheca.” Foi a anfitriã ao ver nascer em sua casa nas Graças, Recife, o grupo Autoajuda Literária em 2010. Segundo consta na apresentação de Mosaico, com título de bela e criativa inspiração, “As cores de um mosaico”, na época o grupo era composto por Cícero Belmar, Cida Pedrosa, Fernando Farias, Gerusa Leal, Lúcia Moura e Raimundo Moraes, tendo Cida se excluído após algumas reuniões. E foi este grupo que reuniu-se pra construir esse “Mosaico” que certamente fará muito sucesso. Os textos de Lúcia Moura para esta obra são: “Pudor”, “Menina moça”, “Meia fio-40”, “Máquina de calcular” e Cobra coral”.

Raimundo de Moraes, não é o nome do autor e sim, uma das identidades dele cujo nome não se conhece. “Tenta sobreviver como jornalista e publicitário. Entrou no Autoajuda Literária pra filar as comidinhas na casa de Lúcia Moura.” É o organizador da obra e, se fosse só por isso, já lhe merecido seria um prêmio. Entretanto, alem deste enorme crédito, ele tem um estilo correto e criativo. Já conta com diversos livros publicados e inúmeros prêmios literários conquistados. “Baba de moço” foi seu livro de estreia em 2010. Seus cinco textos para a obra são: “Será uma viagem inesquecível”, “Combustível”, “Céu”, “Batendo e levando” e “Sete perguntas que nunca irei responder”.

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