A poem a day – dia 23 de junho = véspera de São João
O tema de hoje é ‘Um cheiro’ e não pretendo escrever poesia. O que tenho pra falar hoje precisa de movimento, de espontaneidade, de traquejo.
E não vou mencionar um cheiro específico. O cheiro que pretendo falar é do xêro que aqui no nordeste se faz, se pratica, se sente e dá. Esse xêro é um carinho, feito em geral na mulher (mas também pode ser a mulher fazendo no homem) e que consiste em dar um cheiro, uma cheirada, uma fungada, uma sorvida no cangote de uma mulher. Há, na verdade, poucas coisas na vida tão gostosas quanto esta. Uau! O xêro é inesquecível. Tanto pra quem dá quanto pra quem recebe.
É desse cheiro que quero falar. Mesmo sem pretender, terminei criando um novo poema.
Dou um xêro no pescoço
De teu gosto fico cativo
O teu cheiro é meu almoço
Vai ficar no meu arquivo.
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Bem aqui na minha nuca
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