Personagem histórico 2

Verdades de meu ser [Textos autorais]
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Este é o segundo personagem histórico sobre quem falo no #PHPoemaday do dia 26.
 
Jesus, segundo as Sagradas Escrituras, teve um nascimento divino, concebido pelo Espírito Santo de Deus. Nasceu de uma virgem chamada Maria que era casada com José, em 25 de dezembro numa manjedoura na cidade de Belem na Judéia. Seu nascimento teve tanta relevância que a data passou a ser o marco da contagem do tempo para o mundo ocidental.
O Evangelho de Lucas é o que melhor descreve os fatos que envolvem o nascimento de Jesus. Segundo este evangelista, o anjo Gabriel aparece a Maria comunicando-lhe que ela conceberia e daria à luz uma criança que deveria ser chamada de Jesus. Maria contestou o anjo indagando-lhe como isto seria possível uma vez que ela não tinha relação com nenhum homem, tendo o anjo lhe respondido que o Espírito Santo desceria sobre ela envolvendo-a em sua sombra e o ente santo a nascer seria chamado de Filho de Deus.
José, com quem Maria era casada, para não difamá-la, afastou-se dela ao tomar conhecimento de sua gravidez mas um anjo lhe saúda dizendo, segundo relata o Evangelho de Mateus: “José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo.” José, ao despertar do seu sono, recebe Maria conforme tinha lhe ordenado o anjo.

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O nome Jesus vem do hebraico ישוע (Yeshua), que significa “Jeová (YHVH) salva”. Foi também descrito por seus seguidores como Messias (do hebraico משיח (mashíach, que significa ungido e, por extensão, escolhido), cuja tradução para o grego, Χριστός (Christós), é a origem da forma portuguesa Cristo.
Diferentes pontos de vista sobre Jesus
Método histórico
Estudiosos têm utilizado o método histórico para elaborar uma reconstrução da provável vida de Jesus. Ao longo dos últimos duzentos anos, a imagem de Jesus entre os estudiosos históricos tem vindo a ser muito diferente da imagem de Jesus baseada nos evangelhos de João, Mateus, Marcos e Lucas. Alguns estudiosos fazem uma distinção entre Jesus reconstruindo através dos métodos históricos e o Jesus entendido através de um ponto de vista teológico, ao passo que outros estudiosos sustentam que o Jesus teológico representa uma figura histórica.
As principais fontes de informação sobre a vida de Jesus e seus ensinamentos são os evangelhos, especialmente os evangelhos sinóticos: Mateus, Marcos e Lucas. Algumas partes destes evangelhos são consideradas historicamente confiáveis enquanto que outras partes não o são,  e os elementos cuja autenticidade histórica é disputada incluem os dois relatos sobre o nascimento de Jesus e sobre sua ressureição e detalhes sobre a crucificação.
A maioria dos acadêmicos bíblicos e historiadores aceitam a existência histórica de Jesus. Um dos proponentes da não-historicidade foi Bruno Bauer no século XIX. Acadêmicos que rejeitam totalmente a historicidade de Jesus baseam-se na falta de evidência arqueológica direta, a falta de menção em documentos antigos sobre Jesus e a similaridade entre o cristianismo primitivo e a mitologia e religião contemporânea.
O livro do alsaciano Albert Schweitzer A Busca do Jesus histórico  é um esforço pós-iluminista para descrever Jesus usando o método histórico crítico. Desde o final do século XVIII, estudiosos têm analisado os evangelhos e tentado formular a biografia histórica de Jesus. Os esforços contemporâneos tentam melhorar a compreensão do judaísmo do século I, analisando os textos religiosos cristãos e usando os métodos de crítica histórica e sociológica, além da análise literária dos ditos de Jesus.

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Fig. Ascensão de Jesus numa antiga pintura turca.

No islamismo
Jesus, conhecido em árabe como Isa ou Isa ibn Maryam (“Jesus, filho de Maria”), é um dos principais Profetas do Islã. De acordo com o Alcorão foi um dos profetas mais amados por Deus e, ao contrário do que se passa no cristianismo, não é um ser divino. Existem notáveis diferenças entre o relato dos Evangelhos e a narração do Alcorão da história de Jesus.
A virgindade de Maria é plenamente reconhecida pelo islã. Jesus teria anunciado várias vezes na Bíblia a chegada de Maomé como o último profeta. A morte de Jesus é tratada como complexa, por não reconhecer explicitamente a sua morte e dizer que antes da morte ele foi substituído por outro, do qual nada é dito, enquanto Jesus ascende ao céu e ludibria os judeus. A morte ignominiosa de Jesus não está coberta, porém, afirma-se o seu regresso no dia do Juízo Final  e a descoberta, nesse dia, de que a obra de Jesus era verdadeira.
O Alcorão rejeita a trindade, considerada falsa, e se refere a Jesus como “Verbo de Deus”, mas não o filho dele.
No judaísmo
O judaísmo acredita que a idéia de Jesus ser Deus, ou parte de uma trindade, ou um mediador de Deus, é heresia. O judaísmo também sustenta que Jesus não é o messias  argumentando que ele não cumpriu as profecias messiânicas da Tanakh nem encarna as qualificações pessoais do Messias. O judaísmo afirma que Jesus não cumpriu as exigências estabelecidas pela Torá para provar que ele era um profeta. E mesmo que Jesus tivesse produzido um sinal que fosse reconhecido pelo judaísmo, afirma-se que nenhum profeta poderia contradizer as leis já mencionadas na Torá, o que os rabinos afirmam que Jesus fez.
A Mishneh Torá, escrita por Maimônides (ou Rambam), considerada uma das obras da lei judaica, diz que “Jesus é um “obstáculo” que faz “a maioria do mundo errar para servir a uma divindade além de Deus”. De acordo com o judaísmo conservador, os judeus que acreditam que Jesus é o Messias “cruzaram a linha” para fora da comunidade judaica. E quanto ao Judaísmo reformista, o movimento progressista moderno, afirmam: “Para nós, da comunidade judaica alguém que afirma que Jesus é seu salvador já não é um judeu e sim um apóstata”.
No cristianismo

jesus1A figura de Jesus de Nazaré é o centro da religião conhecida como cristã, embora existam diversas interpretações sobre a sua pessoa.
De um modo geral, para os cristãos, Jesus de Nazaré é o protagonista de um único ato  e intransferível, pelo qual o homem adquire a capacidade de deixar a sua natureza decaída e atingir a salvação. Tal ato é consumado com a ressurreição de Jesus Cristo.
A ressurreição é, portanto, o fato central do cristianismo e constitui sua esperança soteriológica. A soteriologia é a parte da teologia que trata da salvação do homem. Como ato, a ressurreição é exclusiva da divindade e indisponível ao homem. De forma mais precisa, a encarnação, a morte e a ressurreição compensam os três obstáculos que separam, segundo a doutrina cristã, Deus do homem: a natureza, o pecado, e a morte. Pela Encarnação do Verbo, a natureza divina se faz humana. Pela morte de Cristo, se vence o pecado e por sua ressurreição, a morte.
Historicamente, o núcleo da doutrina cristã foi fixado no Primeiro Concílio de Niceia, em 325, com a formulação do Credo niceno. Este concílio é reconhecido pelas principais denominações cristãs: católica, ortodoxa e de várias igrejas protestantes.
O texto do Credo Niceno que se refere a Jesus é o seguinte:
“Cremos em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, gerado do Pai desde toda a eternidade, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai; por Ele todas as coisas foram feitas. Por nós e para nossa salvação, desceu dos céus; encarnou por obra do Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e fez-se verdadeiro homem. Por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; sofreu a morte e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras; subiu aos céus, e está sentado à direita do Pai. De novo há de vir em glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim.”
Existem, no entanto, igrejas não trinitárias, ou unicistas que não reconhecem a existência de uma trindade de pessoas em Deus.
Jesus Cristo de Nazaré é também considerado a encarnação e Filho de Deus, segunda pessoa da Santíssima Trindade cristã. É Filho por Natureza, e não por adoção, o que significa que sua Divindade absoluta e sua humanidade absoluta são inseparáveis. A relação entre a natureza divina e humana foi fixada no Concílio de Calcedónia, nestes termos:
“Fiéis aos santos Pais, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, e perfeito quanto a humanidade; verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, constando de alma racional e de corpo, consubstancial com o Pai, segundo a divindade, e consubstancial a nós, segundo a humanidade; em tudo semelhante a nós, excetuando o pecado; gerado segundo a divindade pelo Pai antes de todos os séculos, e nestes últimos dias, segundo a humanidade, por nós e para nossa salvação, nascido da Virgem Maria, mãe de Deus; um e só mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas, inconfundíveis, imutáveis, indivisíveis, inseparáveis; a distinção de naturezas de modo algum é anulada pela união, antes é preservada a propriedade de cada natureza, concorrendo para formar uma só pessoa e em uma subsistência; não separado nem dividido em duas pessoas, mas um só e o mesmo Filho, o Unigênito, Verbo de Deus, o Senhor Jesus Cristo, conforme os profetas desde o princípio acerca dele testemunharam, e o mesmo Senhor Jesus nos ensinou, e o Credo dos santos Pais nos transmitiu.”
O Concílio de Éfeso que ocorreu no ano 431 e a ele compareceram mais 200 bispos, tinha como finalidade básica definir a natureza de Cristo e declarar se Maria podia ser considerada a Mãe de Deus.
Os concílios anteriores não haviam extinguido o Pelagianismo, assim sendo esse concilio ratificou não só a condenação a Pelágio como, indo mais longe, condenou o próprio Pelagianismo considerando-o uma heresia.
Outro ponto básico foi à condenação de Nestório, bispo de Constantinopla. Havia uma discussão que se prolongava anos seguidos sobre a natureza de Jesus Cristo, uma indefinição se Ele era Deus, se sua natureza era Divina, se era um ser com forma aparente, ou um homem, uma pessoa com todos os atributos de um ser humano comum, mesmo que de alto desenvolvimento espiritual. Teodoro, bispo de Tarso, fazia uma distinção explicita entre o Filho de Deus e o Filho de Maria em Jesus. Teodoro dizia haver duas naturezas complemente separadas em Cristo, embora que se apresentassem unidas num único “alguém. Dizia que Cristo não era Deus, mas que Deus morava dentro de Cristo, Jesus Cristo era a “morada” e que Deus, o Verbo, o morador. Nestório, um discípulo de Teodoro, dizia ser Cristo um “Homem que se tornara Deus”, ao invés de um “Deus tornado Homem”.
O Concílio de Éfeso declarou que era “ilegal para qualquer homem que apresente, ou escreva, ou componha uma Fé diferente (ἑτέραν) como rival ao estabelecido pelos santos Padres reunidos com o Espírito Santo em Niceia”, O cânon não especificou se isso significava o Credo Niceno, adotado pelo Primeiro Concílio de Nicéia, em 325, ou como apresentado pelo Primeiro Concílio de Constantinopla em 381.
Denominações cristãs com discrepâncias doutrinárias
Existem algumas minorias cristãs que não partilham das definições do Concílio de Nicea, do Concílio de Éfeso e do Concílio de Calcedónia.
Nestorianismo, variante doutrinal inspirado pelo pensamento de Nestório, que possui uma denominação ativa hoje (a Igreja Assíria do Oriente) e é endossada por algumas escolas ligadas ao Cristianismo Esotérico, como a Fraternidade Rosacruz de Max Heindel. O centro de sua doutrina é a recusa em acreditar que o Filho de Deus tenha algum dia sido uma criança. Consequentemente, a separação entre as pessoas humana e divina de Jesus. Foi rejeitado pelo Concílio de Éfeso.
Monofisismo é a variante de uma unificação das duas doutrinas sobre a natureza de Jesus de Nazaré. Afirma que em Cristo existe uma só natureza: a divina. Foi promovido pelo Eutiques e rejeitado no Concílio de Calcedónia.
Novos movimentos religiosos de origem cristã ou supostamente cristã
Vários movimentos religiosos dito cristãos, geralmente protestantes, surgidos a partir da segunda metade do século XIX, se afastaram das crenças da maioria das denominações cristãs no que concerne à trindade divina, a natureza de Cristo e a sua missão. Discute-se se esses movimentos podem ser considerados como cristãos.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (conhecido como Mórmons) crêem que Jesus oferece duas salvações diferentes: a da morte física e a da morte espiritual. Os mórmons também mantém a crença de que depois da ressurreição Jesus visitou a América e continuou ali seus ensinamentos
As Testemunhas de Jeová consideram Jesus como “filho unigênito”, o único a ser criado diretamente por Deus, bem como “o primogênito de toda a criação”, e também como “o primogênito dentre os mortos”, ou seja, o primeiro a ser criado e o primeiro a ser ressuscitado dentre os mortos para a imortalidade. Ele não é um homem nem o Deus onipotente, mas “uma poderosa criatura espiritual” e um “rei entronizado, cujo sangue derramado abre o caminho para a humanidade obter a vida eterna”. Além disto, Jesus não faz parte de uma trindade pois não é Deus, mas sim deus, ou seja, um deus submisso a um outro Deus, o qual é Jeová; Negam a Divindade absoluta de Cristo e Sua igualdade com o Pai. As Testemunhas de Jeová afirmam que Jesus não morreu numa cruz com uma reta vertical e uma horizontal, mas numa estaca de tortura, com apenas uma reta vertical. Outra característica importante é que Jesus não ressuscitou no mesmo corpo que morreu e se tornou rei do céu em 1914 e que desde então vivemos no período da Segunda vinda de Cristo.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia enfatiza, como a maioria dos grupos adventistas, uma escatologia milenarista e acredita que a segunda vinda de Jesus é iminente e que será visível e palpável. Além disso, têm o Sábado como dia sagrado de descanso, e afirmam que seguem o exemplo de Jesus, que ia à Sinagoga aos Sábados.
Outros movimentos se afastam muito das crenças cristãs, como alguns que negam terminantemente a divindade de Jesus e a sua missão de salvação.
O projeto de Jesus
Jesus foi um Mestre inigualável. Tão extraordinário que muitos o chamam de Mestre dos Mestres. Tinha uma inteligência impar. Ao longo da existência, a maioria das pessoas não investe em sabedoria e, a velhice não é sinal de maturidade.
Jesus, o Cristo (ungido) tinha um projeto. Ele pretendeu e teve sucesso, em apenas 3 anos de vida, transformar a vida da humanidade e, em especial, a de onze dos seus doze apóstolos e seguidores a quem instruiu e preparou para serem os difusores de seus ensinamentos. O mais notável de tudo, é que esses doze homens que ele escolheu, não eram escribas ou intelectuais. Eram pescadores, homens rudes, sem instrução alguma e Ele, os transformou em homens brilhantes.
Já existiam na época, algumas escolas na Grécia. A Academia de Platão, o Liceu de Aristóteles, as escolas pós-socráticas. O Seu objetivo não era reformar o ser humano mas, promover uma transformação em seu interior, reorganizar intrinsecamente sua capacidade de pensar e de viver emoções.
Mas nesse projeto, Jesus não abordava e educava a todos do mesmo modo. Ele tinha métodos e técnicas diferenciadas para o povo que o procurava para escutá-lo, para outro grupo mais restrito de seguidores em número de 120 a quem ele oferecia discursos diferenciados e mais informativo e dedicado, e ao pequeno grupo dos 12 apóstolos, mais íntimos, com quem Ele compartilhava mais fatos de sua vida e de suas angústias e questionamentos, ele tinha um outro tratamento. Só para estes últimos Ele transferiu o seu poder de cura e de praticar atos que muitos tomam por milagres. E o principal ensinamento de Jesus – o amor.
Jesus não desejava apenas discorrer sobre o amor ou que seus discípulos fossem capazes de fazer grandes palestras sobre este sentimento. O Seu projeto era fazer com que eles se tornassem unidos em torno de um ideal comum e que amassem uns aos outros. Mas não só que o amor fosse sentido entre eles mas, principalmente, que eles fossem capazes de amar até os seus inimigos. Se hoje forem colocadas 15 ou 20 pessoas numa sala de aula para elas passarem 3 anos estudando tudo sobre o amor, lendo e estudando tratados sobre o assunto e ouvindo palestras e depoimentos de pessoas sobre o amor, ao final deste tempo, certamente elas não estarão unidas e amando-se umas as outras tanto o ser humano, que abraçava aqueles que o encontravam. O Mestre Jesus era um apaixonado pela espécie humana. Dava atenção especial a cada pessoa, indistintamente. Com isto ele pretendia aumentar a compreensão sobre a vida daqueles que o encontravam. Seu objetivo era abrir os portais da mente daqueles que Lhe buscavam.
Algumas pessoas parecem imutáveis. Cometem sempre os mesmos erros, constantemente dão sempre as mesmas respostas para os mesmos problemas. Não são capazes de duvidar de suas verdades nem de abrir a mente para novas possibilidades de pensar. Em seu projeto, Jesus desejava que o ser humano fosse autor de sua própria história, regente da própria vida e de exercer com consciência o direito de decidir. Ele não pressionava as pessoas, não obrigava ninguém a nada. Apenas convidava as pessoas a segui-Lo. Qualquer um de nós, pressionamos nossos alunos, nossos filhos, nossos funcionários a seguirem nossas idéias ou preferências. Jesus, ao contrário, que tinha muito a ensinar a cada pessoa, apenas atraia para Si, pelo amor que pregava e praticava com as pessoas ao seu redor.
A arte da dúvida
Independente de Jesus ser ou não filho de Deus, fato que se resume à crença e à fé, ele foi o mais fascinante de todos os homens e o mais humano de sua espécie. Ele amava e valorizava o fato de ser homem e lutava para que as pessoas percebessem. Para tanto, ele procurou desobstruir a inteligência delas. E como Ele fazia isso? Através da arte da dúvida!
Engana-se quem acredita que Jesus apenas discorria sobre a fé e o amor. Ele utilizava em suas intervenções sempre a arte da dúvida. Ele sempre utilzava perguntas inquietantes em suas instigantes parábolas. Com isto ele despertava em seus ouvintes a inquietação da dúvida, forçava-os a pensarem e a se questionarem.
A dúvida é a ferramenta fundamental de qualquer cientista. Sem ela, não há crescimento, não há evolução, não há novas descobertas. Quem aprende a utilizar-se da arte da dúvida, vai ao encontro da sabedoria superior que é aquela diferente da que acreditam ter os arrogantes, os autossuficientes. Ao contrário desta, aquela que oferece ao seu possuidor, a consciência de que não sabe nada comparado ao que ainda precisa aprender.
Duvidar de suas próprias convicções leva à evolução do pensamento e da sabedoria pois as fortalece se elas tiverem fundamento ou abre novas possibilidades e novas hipóteses caso essas idéias sejam frágeis e superficiais.  Isso faz com que a pessoa sempre considere o próprio conhecimento como apenas uma gota no oceano do saber.
Ao contrário de Jesus, as pessoas autoritárias por acreditarem serem as donas da verdade, impõem suas idéias e crenças aos que convivem ao seu redor. Suas principais características são a dificuldade de reconhecer os próprios erros e de aceitarem críticas, a defesa radical e prolixa das próprias idéias  e a dificuldade de colocar-se no lugar do outro. São frequentemente, pessoas rígidas e pouco saudáveis. Jesus foi a pessoa mais aberta e flexível que já existiu. Seus opositores o ofenderam de todas as maneiras mas ele não revidou apesar de muitas vezes ser cruelmente atacado. Era uma pessoa de convicções sólidas mas, nunca impunha suas idéias. Sabia respeitar os outros e não expunha publicamente os erros daqueles que o acompanhavam. E estava sempre aberto a reformular seus pensamentos e crenças como no caso da mulher sirofenícia que o contestou fazendo-o mudar de idéia e até elogiar e se alegrar com o fato (Marcos, 7: 24-30). Ele estava próximo da divisa com o Lìbano, ao norte de Israel. Entrou numa casa, provavelmente para descansar e por isso não queria que soubessem que estava ali. Mas uma mulher que estava com a filha possuída pelo demônio o procurou para que Ele fizesse alguma coisa uma vez que sua fama se espalhava rápido. Contrariado, Jesus lhe responde que deixasse que os filhos comessem primeiro. Não era certo tirar o páo dos filhos e jogá-lo para os cachorros. Naquele momento, Jesus não estava querendo referir-se a crianças nem a cachorros. Ele se referia aos judeus (a sua gente) e aos estrangeiros. Apesar de ofendida por ser chamada de cachorro, a mulher lhe revida com humildade e lhe responde: “até mesmo os cachorrinhos que ficam debaixo da mesa comem as migalhas de pão que as crianças deixam cair”. Por causa desta resposta, retruca-lhe Jesus, você pode voltar para casa. O demônio já saiu do corpo de sua filha. Que lição de amor e de humildade!!!
A grande escola secreta de Jesus
Devemos ter em mente que houve amplos precedentes para guiar Jesus no problema da organização de um corpo físico ou terreno como o grupo secreto que a Igreja Católica Romana tem mantido em sigilo justificadamente ao longo dos anos.
Jesus não transmitiu para todos os mesmos ensinamentos com já foi mencionado sendo portanto secretos esses ensinamentos e poderes divinos que foram transmitidos por Jesus a um grupo restrito de pessoas.
Ao longo dos séculos anteriores à chegada de Jesus na Terra, tinham havido no Egito, na India, na Pérsia e em outras regiões do Oriente Próximo, escolas e movimentos secretos dedicados à preservação e perpetuação da sabedoria revelada. E, como era de se esperar, o sacerdócio oficial que detinha esses segredos, tinha todas as vantagens sobre os buscadores da Verdade Revelada, heréticos e iluminados que, pouco a pouco, abandonavam as antigas superstições e crenças mitológicas de seus ancestrais a favor das revelações espirituais e cósmicas que lhes vinham como bênçãos de Deus e dádiva à Humanidade.
A acirrada luta, por exemplo,  entre o culto proposto por Amenhotep IV e o sacerdócio oficial evidencia essa contínua rivalidade entre a Luz e as Trevas. A grande revelação que recebeu o Faraó Amenhotep IV, evidenciando pela primeira vez na história da civilização os verdadeiros princípios da existência de um só Deus em confronto com a falsa multiplicidade de deuses configurou-se como uma chocante reação por todo o país.
À medida que estudamos e analisamos as atividades dos discípulos e apóstolos e dos membros da grande escola secreta formada por  Jesus, percebemos que, embora cada um tivesse se comprometido a dedicar sua vida ao cumprimento de uma grande missão, e cada um tivesse recebido especial autoridade e poder, a missão confiada não era a mesma em todos os casos.
Assim, como parece claro, cada pessoa nesta escola secreta criada por Jesus, tinha um papel e, cada uma delas era tratada por ele de modo diverso recebendo assim ensinamentos diferenciados e, consequentemente, responsabilidades diversas.
A vida de Jesus dos 12 aos 30 anos
Pouco se fala sobre a vida de Jesus dos 12 aos 30 anos, época em que ele deve ter sido preparado psicológica e culturalmente para seu ministério nos três últimos anos de sua vida. Como os evangelhos não mencionam explicitamente o que ocorreu com ele nesse período, muitos conjecturaram a esse respeito. Alguns sugerem que ele se afastou da Palestina para viver em algum lugar do Extremo Oriente. Outros propõem que nessa época Ele tenha se ausentado da Terra para visitar outros planetas e, um terceiro grupo, alega que Ele permaneceu na Palestina, vivendo uma vida moral relativamente depravada. Mas, por mais originais que sejam, essas teorias não passam de meras especulações humanas, destituídas de base bíblica e de comprovação histórica.
O movimento Nova Era, rejeita toda a cultura judaico-cristã do Ocidente, logo rejeita também as Sagradas Escrituras como padrão de verdade religiosa e verdade histórica. Em seu lugar, abraça toda sorte de idéias, filosofias e doutrinas orientais, principalmente as hindus. Consideram-no como um asceta hindu, viajante oriental, aluno de gurus e praticante do misticismo. Ele teria viajado ao Extremo Oriente, após o incidente no Templo de Jerusalém (Lc 2.46), e se iniciado nas doutrinas e práticas da Índia e do Tibete.
Os adeptos do movimento Nova Era usam também como fonte o que chamam de “Arquivos Akáshicos” ou “Registros Akáshikos”, que, segundo eles, trata-se de um espaço invisível, simbolizado pelo éter, também conhecido como o reservatório cósmico de memórias individuais. Seria como uma espécie de “memória do Universo” para os esotéricos. Nesses registros, supõe-se estarem escritas todas as palavras, ações e pensamentos de todos os seres e de todos os indivíduos que já existiram ou existem no Universo. Eles afirmam que somente as pessoas iniciadas no esoterismo conseguem consultar essas informações.
Foi baseado nesses registros que Levi H. Dowling, ex-capelão do exército americano, escreveu o livro “O evangelho de Jesus, o Cristo para a era de aquário”. Tal obra contém muitos relatos da peregrinação de Jesus (ou Issa) pelo Extremo Oriente. O capítulo 23 ressalta que Jesus esteve na Índia e “procurou aprender a arte hindu de curar, de modo que se tornou discípulo de Udraka, o maior dos curadores hindus”. Após aprender alguns conceitos sobre cura, Jesus teria baixado “a cabeça em reconhecimento pela sabedoria daquela alma superior e seguiu seu caminho”.
O livro também diz que Jesus esteve em um templo em Lhasa, capital do Tibete, onde conheceu o grande sábio oriental Meng-Tse, que o ajudou a ler os manuscritos antigos: “E Meng-Tse abriu as portas do templo de par em par e todos os sacerdotes e mestres deram as boas-vindas ao sábio hebreu”.
Outra fonte que informa sobre a suposta vida de Jesus entre os 12 e 30 anos é o caso dos essênios. Em 1947, foram descobertos, junto ao Mar Morto, rolos de vários livros da Bíblia e outros escritos pertencentes a uma comunidade ascética, que se supõe ter sido a dos essênios. Os essênios eram praticantes de um tipo monástico de judaísmo e alguns escritos afirmam que Jesus era essênio e que havia estado entre eles nos anos de silêncio de sua vida.
O lugar da tentação sofrida por Jesus mencionada por Mateus (Mateus, 4:1) é situado na região onde foram encontrados os manuscritos, um pouco ao norte de Qumran. Não é apenas o tema da tentação que nos leva a pensar nos monges de Qumran  Chegou-se a dizer que os documentos de Qumran abalariam os conceitos tradicionais do cristianismo, revelando fatos desconhecidos sobre Jesus e os primeiros cristãos que a Igreja Cristã havia mantido oculto.
O fato é que, uma análise criteriosa sobre os fatos nos leva a concluir que, dificilmente, Jesus teria se ausentado de Jerusalem durante sua infãncia e adolescência pois, tendo nascido do lar de um carpiteiro e, de condição muito modesta, portanto, dificilmente Jesus teria sido enviado para uma cidade distante para sua preparação e, muito menos ter frequentado escolas particulares, pela simples falta de condições financeiras. Tudo leva a crer portanto, que seus ensinamentos foram obtidos através de inspiração divina e apoiado pelas escolas e movimentos secretos em terras próximas.
Uma das maiores críticas que os cristãos fazem às fontes apócrifas é o fato de não serem oriundas da Biblia no entanto, eles próprios procuram os documentos fora da biblia cristã para validar alguma de suas passagens e, ao longo de toda a história, sempre se investiu muito em pesquisas que serviriam para tornar mais sólidos os diversos conteúdos da biblia. Ora, se só a Biblia é que deve ter credibilidade, para que investir tanto em pesquisas? Para que procurar alguma coisa mais se tudo que é verdadeiro está na biblia e só o que nela consta é autêntico?
Podemos concluir que, mesmo que Cristo não tivesse feito nenhum milagre, os seus gestos e pensamentos foram tão eloquentes e surpreendentes que, ainda assim, ele teria dividido a história. E, se a humanidade tivesse vivido minimamente o que Ele nos ensinou e viveu nossas misérias não existiriam e seríamos mais felizes.

Bibliografia consultada:
CURY, Augusto Jorge – O Mestre dos Mestres – Análise da inteligência de Cristo, v. 1, RJ, Sextante, 2006.
CURY, Augusto Jorge – O Mestre da Sensibilidade – Análise da inteligência de Cristo, v. 2, RJ, Sextante, 2006.
CURY, Augusto Jorge – O Mestre da Vida – Análise da inteligência de Cristo, v. 3, RJ, Sextante, 2006.
CURY, Augusto Jorge – O Mestre do Amor – Análise da inteligência de Cristo, v. 4, RJ, Sextante, 2006.
LAHAYE, Tim;  MINASIAN, David ( tradução: Manuel Buenayre) – Jesus:Descubra os mistérios do homem que fascinou o mundo e mudou a história da humanidade – RJ, Thomas Nelson Brasil, 2009.
BRANCO, Raul – Os ensinamentos de Jesus e a tradição esotérica cristã: As chaves que abrem o reino dos céus na Terra. SP, Pensamento, 2004.
LEWIS, Harvey Spencer – As doutrinas secretas de Jesus.  2ª ed. PR, Ordem Rosacruz AMORC, 1989.
LEWIS, Harvey Spencer – A vida mística de Jesus.  2ª ed. PR, Ordem Rosacruz AMORC, 1989.
Wikipédia – Jesus – Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Jesus> Acesso em 20/09/2011.
Evangelhos segundo Mateus, Marcos, Lucas e João – Biblia Sagrada, SP, 1999.

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