Entre mundos [Zwischen Welten], Feo Aladag, Alemanha, 110 min, 2014.

Jasper (Ronald Zehrfeld) é um soldado do exército alemão que, apesar de ter perdido o irmão que servia no Afeganistão, está disposto a encarar uma nova jornada nesta zona de guerra. Sua unidade está encarregada de proteger uma pequena vila, da dominação Talibã. Uma das pessoas que acompanha Jasper é o intérprete Tarik (Mohsin Ahmady), que faz a mediação entre os soldados e os aldeões. Ambos os lados, tem dificuldades em superar as diferenças nos seus respectivos modos de vida. O soldado deve conquistar a confiança dos moradores locais e da mílicia de Arbaki, seus nervos estão à flor da pele. O envolvimento com os alemães, coloca cada vez mais a vida de Tarik em risco, mas quando a irmã dele parece estar sendo ameaçada, Jasper precisa tomar uma decisão.

Este longa mostra o choque de culturas, costumes diferentes, filosofias diversas, crenças próprias e divergentes. E eu entendi melhor esta diferença pois eu estive no Egito e constatei in loco as distorções entre as culturas. Só para citar um exemplo, um boi sofre um acidente e está agonizando na estrada. Todos ficam impassíveis com o sofrimento do boi. Então Jasper atira na cabeça do boi pondo fim ao sofrimento. O que acontece? O dono do boi exige que ele o indenize embora o boi estivesse condenado, e iria fatalmente morrer. Só que não naquele momento. Por conta deste episódio, é gerada quase uma gerra entre os aldeões e os soldados alemães. O seu superior não aceita pagar pelo boi que já estava condenado mas os aldeões não aceitam que o responsável pela morte do boi não indenize o prejuízo.

Tarik, que não estava fazendo nada de mais, apenas ganhando seu dinheiro, é considerado traidor do seu povo por estar “do lado” dos alemães. É um filme bastante sério, que mostra de modo muito fiel, este choque entre os mundos dos dois povos. Mereceu quatro estrelinhas.