Fahrenheit 451 [Livro]

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Fahrenheit 451, Ray Bradbury, Globo de bolso, SP, 2009, 256 p.
Tradução – Cid Knipel

fahrenheitEste foi um dos livros que vi o filme e, só muitos anos depois, vim ler o livro.

Na época em que o estava lendo, no ano passado (2014), escrevi o seguinte no Skoob: Livro que há muito desejava ler e o estou fazendo graças à gentileza de Laura que o disponibilizou em um LV (Livro viajante) e fui agraciado em ser permitida a minha entrada no grupo mesmo com mais de um ano após o início do Livro Viajante. O livro é uma ficção científica que conta a história de um bombeiro que queimava livros. Estou gostando embora ainda muito no início mas, como sei a história por ter assistido ao filme há mais de 30 anos, resgato aquele momento com prazer.

Maravilhoso! Livro com uma história muito rica e cheia de situações que bem poderiam estar ocorrendo nos dias atuais, com a TV Globo dominando as massas e criando seres meio alienados, semelhantes a Mildred e Sra. Phelps. Isto que foi escrito antes eu o fiz em fevereiro de 2014 mas, havia esquecido de concluir e postar aqui no blog. Só agora, mais de um ano depois, é que estou fazendo isso mas, nada está desatualizado.

Livro viajante (LV) é um mecanismo oferecido pelo Skoob, a maior rede social de leitores do Brasil. Consiste em alguém disponibilizar um livro para que outras pessoas leiam por empréstimo. O livro é enviado pelos Correios pelo seu dono para o primeiro da lista e, daí em diante, cada um vai enviando para o próximo da lista até que, ao final, o livro é devolvido para o dono com mimos dentro dele tais como calendários, mensagens de carinho, de gratidão, etc. Eu achei uma idéia genial.

Livro de distopia. Não conhecia esta palavra até ler este livro mas, significa a antítese da utopia, ou seja, um lugar infeliz, ruim. geralmente são sociedades dominadas por um poder autocrático onde as pessoas são manipuladas por suas ignorâncias e alienação . Foi publicado pela primeira vez em 1953.

Este romance, está dividido em 3 partes que correspondem a 3 épocas distintas: a primeira, é quando Montag inicia seu processo de conhecimento; a segunda, corresponde a quando ele se rebela e foge e, a última, é a caça a ele.

São personagens do livro: Guy Montag é o protagonista da história. É um bombeiro cuja função primordial é destruir livros queimando-os.  Sua “metamorfose” é ilustrada através da história mostrando claramente a distopia aos olhos, ora de um leal trabalhador, outrora de um homem em conflito e um outro já totalmente liberto psicologicamente.

  • Mildred Montag é a esposa de Montag. Vive em um vazio interior e tem medo de questionar seu ambiente ou a si mesma.
  • Clarisse McClellan é exatamente o oposto de Mildred. É extrovertida, alegre, heterodoxa e intuitiva. É vizinha de Montag e é responsável por sua transformação e despertar.
  • Capitão Beatty é o chefe de Montag no corpo de bombeiros.
  • Granger é o líder do grupo de intelectuais exilados que tentam preservar os livros que lêem memorizando-os.
  • Faber é um professor formado em Inglês destituído do seu cargo há 40 anos.
  • Sabujo -cão de caça mecânico  que não existe no filme,  aparecendo somente no livro. É uma máquina de oito patas desprovida de sentimentos. Pode ser programado para caçar e matar livres-pensadores seguindo-os apenas por seu olfato. É capaz de lembrar até 10.000 cheiros. Ele é focado exclusivamente na destruição para a qual ele é programado. No seu focinho, tem uma prosbócide que pode injetar quantidades letais de morfina e procaína em sua presa.

Embora Montag tenha sobrevivido a uma dessas injeções, assim mesmo, ele sofre enorme dor, embora por um curto período. O  cão surge, pela primeira vez na história,  quando Montag põe fogo nele com seu lança-chamas. O segundo, é programado a encontrar um homem chamado Montag, que serviu para o divertimento das pessoas que assistiam à perseguição dele pela televisão. Ray Bradbury declarou no seu epílogo, que seu “cão de caça mecânico”, seria seu clone da grande fera dos Baskerville. Refere-se aqui, ao romance de Sir Arthur Conan Doyle: O Cão dos Baskerville do famoso detetive Sherlock Holmes.

Ray Bradbury é um autor norte-americano, que nasceu no século passado (1920) em Walkegan, Illinois, e morreu recentemente (2012) em Los Angeles. Era um romancista que escrevia principalmente histórias de fantasia e ficção científica. Este é o seu livro mais famoso e foi escrito em 1953, sendo considerada uma das precursoras do gênero de distopia. Sempre adorou livros e vivia em bibliotecas. Em 1956 recebeu o Oscar pelo roteiro de Moby Dick dirigido por John Houston e estrelado por Gregory Peck.

Seu primeiro romance, publicado em 1938 foi Hollerbochen’s dilemma.Publicou muitas outras obras, diversas delas também adptadas tanto para o cinema como para a TV. Fahrenheit 451 é a temperatura em que o papel entra em combustão e, portanto, é a temperatura que os ‘bombeiros’ precisam que seus lançachamas atinjam para que os livros sejam queimados. O filme homônimo dirigido por François Truffaut foi lançado em 1966. Eu o vi em 31 de janeiro de 1968 no Cinema São Luiz tendo, na época, colocado cotação máxima.

Muitos anos depois, Bradbury descobre que tinha, inconscientemente, escolhido os nomes de dois personagens que tinham relação com os livros e o papel. Montag é o nome de uma fábrica de papel e Faber é um fabricante de lápis.

O livro é bem mais detalhado, como não poderia deixar de ser, do que o filme mas, não lhe dou cotação máxima embora tenha gostado muito da leitura. Um fato interessante sobre o livro, é que ele contem um pósfácio, uma coda e um suplemento de leitura onde o leitor encontrará coisas e informações bastante úteis.

quatro-estrelasMereceu 4 estrelinhas.

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Livro bem atual, comenta questões da alienação, como você falou. Os livros abrem as mentes, e em Fahrenheit 451, as pessoas não leem, acreditam que ter livros é um crime e focam apenas na TV, que mostra e diz o que as pessoas querem ouvir.
Agradeço ao Alberto pelo empréstimo do livro num LV do Skoob, adorei!

O quão perigoso um livro pode ser? O ato de resgitrar o passado, ou mesmo uma simples poesia denota muito mais que a escrita do autor, mostra uma característica de uma época, qual etapa a sociedade vive.
O livro conta a história do bombeiro Montag e sua vidinha na “sociedade perfeita” com esposa e toda tecnologia voltada à distração do indivíduo. Um dia Montag conhece Clarisse causando uma verdadeira reviravolta em seu mundo.
É o segundo livro que leio que falam da importância dos livros numa sociedade distópica, em 1984 (Orwell) mostra a constante alteração da história em todos os meios, se está escrito, é verdade! Se algo nunca foi escrito, nunca existiu.
E é realmente essa sensação em Fahrenheit, para o resto da sociedade, os livros são armas perigosas e devem ser destruídos, contam mentiras, não devem ser lidos, entretanto, despertam curiosidade…
Achei uma maravilhosa experiência, muito obrigada pelo empréstimo.

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