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Direção – Benoît Jacquot

Título original – Le journal d’une femme de chambre

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Este filme ao qual assisti ontem, em pré-estréia no Cine Rosa e Silva, é a terceira adaptação ao cinema do famoso livro homônimo de Octave Mirbeau lançado em 1900. A primeira adaptação foi uma realização de Jean Renoir de 1946 intitulada Segredos de alcova (The diary of a chambermaid). Em 1964 Luiz Buñuel lança o longa de mesmo nome que este, mudando apenas o artigo no título original que neste tem e no atual não tem mas, o título em português é exatamente o mesmo. E descobri aqui uma estranha coincidência.  Quando fui conferir a data em que tinha assistido a este filme de Buñuel, percebi que vi os dois filmes com um intervalo de quase exatamente 50 anos. Assisti ao filme homônimo de Buñuel em 25 de setembro de 1965 no cinema São Luiz, na sessão do Cinema de Arte, no sábado pela manhã, com início às 10 horas.

Apesar de uma interpretação segura de Lea Seydoux e de um desempenho festejado de
Vincent Lindon, o filme não se compara ao da criação de Buñuel por diversas razões. A direção de Benoît Jacquot também não é das mais  primorosas, especialmente se comparado a Buñuel. Disseram maravilhas da atuação de Vincent Lindon que vive o personagem de Phillipe mas eu não vi esses primores todos. Considero a atuação de Seydoux muito superior, além de sua beleza de menina inocente, muito bem caracterizada pelos responsáveis pelo figurino e maquiagem.

Benoît se perde um pouco na condução do filme, em especial na parte final que fica um pouco sem continuidade e sem amarras. Fatos apresentados, como a morte da criança na mata, ficam soltos e sem uma amarra aos acontecimentos da história apresentada. Até mesmo a personalidade de Célestine perde um pouco a conexão nas cenas finais deixando um pouco a desejar.

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Lamentavelmente, alguns críticos mudaram (sem autorização) o nome do autor da novela original chamando-o de Mirabeau como é o caso do jornalista do Diario do Grande ABC. (confira no link)

Este filme participou do 65º Festival Internacional de Berlim e, assim como Samba, do qual já falei aqui, prega explora a xenofobia. Merece destaque a cena de sexo vivida pela personagem principal. De forma perfeita, neste caso, diretor e atriz, apresentam uma cena que merece aplausos.

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Bem, mas o filme é bom, apesar das falhas apontadas e também das esquecidas. Talvez eu esteja sendo muito chato neste comentário pois me lembro muito bem do filme de Buñuel. Na época, ele estava voltando aos cenários franceses, após ter-se afastado deles para filmar no México, onde dirigiu duas de suas maiores obras: Viridiana e O anjo exterminador. Considero que este filme mereceu 3 estrelinhas.

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Não conhecia o filme e também não sabia que havia um livro homônimo e também outras versões do filme.
Não me interessei muito não…
cheirinhos
Rudy

Alberto, eu admiro os cinéfilos, e, em especial, você! Igualmente o admiro por saber fazer tão coerentes críticas a respeito de filmes, e com tanto esmero e intensidade, que chega a “arrematar” o interesse daqueles que leem tua análise, pela obra em questão .
Eu raramente vou ao cinema, mas, vou dizer algo que pode até parecer bobagem: acho tão gostoso aquele ritual de preparação para assistir a um filme… A compra dos ingressos, da pipoca, do refrigerante, do dropes… E depois aguardar, no escurinho, a sessão começar, enquanto se assiste aos trailers dos próximos filmes a serem exibidos… Rsrsrs Tchau. Estou ansiosa pelo resultado!!!!

2 Comentários

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