A beleza de um dia ensolarado

Verdades de meu ser [Textos autorais]
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Como é gratificante, após vários dias de chuva intensa, alagamentos, engarrafamentos, transtornos, acordar e ver o dia ensolarado e colorido!!!
A chuva tem, como tudo na vida, seus pontos positivos e negativos mas, quando cai com muita intensidade tem mais desvantagens do que vantagens. Além dos muitos transtornos que causa na vida de muita gente, pode até provocar desastres, catástrofes, inundações, mortes.
Entretanto, sem ela os rios secam, as plantas morrem, as fontes de água potável se esgotam.

O sol, do mesmo modo, também tem seus benefícios e malefícios.
Pode além de causar a seca, a desolação, a morte de muitos animais e plantas ou mesmo pessoas, pode também causar queimaduras, envelhecimento precoce e até mesmo o câncer.

Por outro lado, sem ele nada na Terra seria como é, nem mesmo a vida seria possível do modo como a conhecemos. Ele é a fonte de toda luz, calor e vida. Até mesmo o oxigênio depende da luz do sol para ser renovado pela fotossíntese das plantas.
Mas, a despeito de tudo isso, o bem estar que causa acordar e ver uma manhã colorida de sol é impagável. Foi assim que me senti ontem e hoje ao acordar – com um sentimento de plenitude!
Isso me faz lembrar Akenathon, faraó egípcio que instituiu o monoteísmo pela primeira vez naquele país há 3000 anos antes de Cristo. É dele, uma das mais belas orações que já li dedicada ao sol. Abençoado, querido, amado! Com a ajuda de um muito querido Frater – Antonio De La Maria – compartilho-a aqui com meus agora cinco leitores.

Hino ao Sol – Akhenaton

Tu surges belo no horizonte do céu
Ó Aton vivo, que deste início ao viver.
Quando te ergues no horizonte oriental
todas as terras enches de tua beleza
Tu és belo, grande, resplandecente,
excelso sobre todo o país;
Os teus raios iluminam as terras
Até o limite de tudo o que criaste.
Tu és Ra e conquistas até o seu limite.
Tu as unes para teu filho amado.
Tu estás longe, mas os teus raios encontram-se sobre a terra,
Tu estás diante (da gente), mas eles não vêem o teu caminho.

Quando tu vais em paz ao horizonte ocidental,
A terra fica na escuridão como morta
Os que dormem encontram-se em suas camas,
As cabeças cobertas com mantas,
Um olho não vê o outro.
Se roubassem seus bens que se acham debaixo de suas cabeças,
Eles nem perceberiam.
Todos os leões saem de suas cavernas;
Todas as serpentes, elas mordem.
A escuridão é (para eles) claro.
Jaz a terra em silêncio.
Seu criador repousa no horizonte.

Na aurora tu reapareces no horizonte.
Resplandeces como Aton para o dia sereno.
Tu eliminas as trevas e lanças teus raios.
As Duas Terras estão em festa:
Acordadas e atentas sobre os dois pés.
Tu as fizestes levantar.
Lavam os seus membros,
Pegam as suas roupas,
Os seus braços estão em adoração ao seu nascimento.
A terra inteira se põe a trabalhar.
Todo animal goza de sua pastagem.
Árvores e relvas verdejam.
Os pássaros voam de seus ninhos,
Com as asas (em forma de) adoração a tua essência
Os animais selvagens pulam em seus pés.
Aqueles que vão embora, aqueles que pousam,
Eles vivem quando tu te levantas para eles.
As barcas sobem e descem a corrente
Porque todos os caminhos se abrem quando tu surges.
Os peixes do rio movem-se deslizando em tua direção
Os teus raios chegam ao fundo do mar.

Tu que procuras que o germe seja fecundado nas mulheres,
Tu que fazes a descendência nos homens,
Tu que fazes viver o filho no seio de sua mãe,
Que o acalentas para que não chore,
Tu nutriz de quem ainda está no colo,
Que dás o ar para fazer viver tudo o que crias.
Quando cai do colo para a terra o dia do nascimento,
Tu lhe abres a boca para falar
E provês as suas necessidades.

Quando o pintinho está no ovo (loquaz na pedra)
Tu ali dentro lhe dás ao para viver.
Tu o completas para que quebre a casca
E dela sai para piar e completar-se
E caminhe com seus dois pés recém-nascidos.

Quão numerosas são as tuas obras!
Elas são irreconhecíveis aos olhos (dos homens)
Tu, Deus único, afora de tu nenhum outro existe.
Tu criaste a terra ao teu desejo,
Quando tu estavas só,
Com os homens, o gado, e todos os animais selvagens.
E tudo o que dá sobre a terra – e anda sobre seus pés –
E tudo aquilo que está no espaço – e voa sobre suas asas.
E os países estrangeiros, a Síria, a Núbia, e a terra do Egito.
Tu colocaste todo homem em seu lugar
Proveste as suas necessidades
Cada um com o seu alimento

E é contada sua duração em vida.
As suas línguas são ricas de palavras,
E também seus caracteres e suas peles.
Tens diferenciado os povos estrangeiros.
E feito um Nilo Duat
Leva-o aonde queres para dar vida às pessoas,
Assim como tu as criaste.
Tu, senhor de todas elas,
Que te cansas por elas,
Ó Aton do dia, grande em dignidade!

E todos os países estrangeiros e distantes,
Tu fazes que também eles vejam.
Puseste um Nilo no céu que desce para eles
E que faz ondas sobre os montes como um mar
E banha seus campos e suas regiões.
Quão perfeitos os teus conselhos todos,
Ó Senhor da eternidade!
O Nilo do céu é teu [presente] para os estrangeiros
E para todos os animais do deserto que caminham sobre os pés:
Mas o Nilo verdadeiro vem de Duat para o Egito.

Os teus raios trazem a nutrição para todas as plantas;
Quando tu resplandece, elas vivem e prosperam para ti.
Tu fazes as estações
Para que se desenvolva tudo o que tu crias:
O inverno para refrescá-las,
O ardor para que te degustem.

Tu fizeste o céu distante
Para brilhares nele
E para ver tudo, tu único
Que resplandeces forma de Aton vivo,
Nascido é luminoso, distante e (também vizinho.
Tu apresentas milhões de formas de ti, tu único:
Cidades, povoados, campos, caminhos, rios.
Todo olho vê a ti diante de si
E tu és o Aton do dia sobre (a terra).

Quando te afastas
E (dorme) todo olho do qual criaste a visão
Para não te ver sozinho.
(e não se verá mais) o que tu criaste,
Tu estás (ainda) no meu coração.
Não há nenhum outro que te conheça
Exceto o teu filho Nefer-kheperu-Rá Ua-en-Rá
Tu fazes com que ele seja instruído em teus ensinamentos e em teu valor.
A terra está em tua mão
Como tu a tens criado.
Se tu resplandeces, eles vivem,
Se tu te pões no horizonte, eles morrem;
Tu és a própria duração da vida.
E se vive de ti.

Os olhos vêem beleza, enquanto tu não te pões.
Deixa-se todo trabalho quando tu te pões à direita.
Quando tu resplandeces, dás vigor ao rei,
E agilidade para todos
Desde quando fundaste a terra.

Tu te levantas para o teu filho
Que saiu do teu corpo
O rei do Vale e do Delta que vive da verdade,
O Senhor dos Dois Países Nefer-kheperu-Rá
O filho de Rá que vive da verdade,
O Senhor das coroas Akhenaton
Sublime de duração de vida:
E da grande esposa real, a senhora dos Dois Países Nefer-neferu-Aton Nefertite
Viva, jovem para sempre na eternidade.”

Que belíssimo poema!!!

Vou agora, humildemente, prestar também a minha homenagem ao astro-Rei.

Homenagem ao Sol – Alberto Valença.

Sede bem vindo, oh Sol, fonte de toda a vida!
Ilumina-me e colore com teus raios a moldura de minha janela.
Esparge teu calor e aquece aqueles que ontem tinham frio,
No verão és comum, não te destacas
Posto seres o cotidiano.
No inverno porém, ao surgires,
Deixas a todos que te contemplam felizes.
A raridade torna-se assim um tesouro.
Todas as cores ficam mais nítidas,
Todas as formas se ressaltam!
O dia que estava cinzento se enche de cores
A mulher que estava escondida desabrocha como flor
Pois quer de ti receber, o beijo de vida.
Tu és luz, carinho, calor, afeto, amor!
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