Excelente resgate, Alberto. E lista preciosa de dicas de bons filmes.
Rememorando cincoenta anos depois…
Introdução
As postagens que tenho feito neste blog ultimamente levaram-me a rever algumas coisas do passado. Hoje, resolvi trazê-las de volta e publicar aqui, compartilhando assim, com meus leitores (já somam 16!!!) coisas que sempre mantive privadas. Só um reduzidíssimo número de pessoas teve acesso a estas memórias que hoje compartilho com vocês.
Explicação adicional
Jomar Leal, um primo de quem fui muito, muito próximo durante toda minha infância e parte de minha adolescência, Nilse Cintra Leal, prima por quem já fui apaixonado e de quem também fui muito próximo durante toda minha infância, adolescência e, felizmente, ainda na fase adulta. Hoje tenho tido poucos contatos com ela mas, através de sua filha, Daise, continuo tendo notícias. E Teresa T. Lima, outra prima por quem também fui apaixonado e que, até hoje mantemos contato. Talvez algumas poucas outras pessoas tiveram acesso a estas anotações e que hoje, já não recordo mais quem foram.
Esta introdução se fazia necessária pois estou agora contando um pouco de minha história, estou aqui neste blog, revelando minhas verdades mais secretas, minhas lembranças ainda ocultas.
Como tudo começou
Quando tinha ainda 11 anos, resolvi imitar meu primo Jomar num costume que ele tinha de anotar todos os filmes a que assistia. Como achava que não tinha uma letra bonita como a dele, pedia que ele anotasse pra mim num caderno que comprei. Neste caderno, anotei todos os filmes que vi a partir de então e, tentei lembrar dos que vira no passado, anotando-os também. Isso foi em 28 de agosto de 1962.
A princípio anotava apenas o título do filme, elenco (principais atores), o cinema onde eu assistira ao filme, a censura que ele recebera (classificação de idade), se era preto-e-branco ou colorido, a nacionalidade da produção do filme e uma cotação que indicava o quanto eu tinha gostado. Esta cotação variava de 1 a 5 com valores intermediários entre 2 e 5 totalizando oito cotações. 1 era para filmes enquadrados como desclassificados e 5 para filmes excepcionais, extraodinários, top. Até o final de 1962 foram 52 filmes a que assisti.
A partir de 1963
A partir de 1963 passei a incluir nas anotações também a data em que fora ao cinema ver aquele filme. Foram apenas 27 filmes a que assisti naquele ano. No ano seguinte foram 66 filmes a que assisti e, ao final do ano elegi os cinco melhores. Em primeiro lugar ficou “O Candelabro Italiano” cuja música ficou famosa na época – Al di lá. O segundo lugar foi pra “Jack, o estripador“, um filme britânico com Lee Patterson que procurei informações atuais sobre ele mas não encontrei nada na internet. O terceiro lugar foi pra “A verdade oculta“, excelente filme que, salvo engano é de suspense. O quarto lugar foi pra “A moderna Mata-Hari” um filme policial e o último destaque foi pra “A Face oculta“, filme policial com Marlon Brando.
Dois anos depois
Em 1965, com 14 anos, eu começava o segundo volume de anotações dos meus filmes pois o primeiro caderno que tinha 80 folhas tinha terminado. Neste segundo volume eu fazia uma observação: que a partir de então, minha cotação passaria a ser mais rigorosa. Também passei, a partir de então, a anotar, alem da data, o dia da semana em que tinha assistido ao filme. Foram 88 filmes a que assisti no total e, no final do ano, resolvi fazer um resumo dos filmes que eu tinha atribuído a cotação máxima, totalizando 25 filmes. Posteriormente vou transcrever aqui esses resumos da forma como os escrevi quando ainda não tinha 15 anos. Elegi também, como no ano anterior, os melhores filmes a que tinha assistido modificando para 10 filmes eleitos uma vez que 5 apenas ficaria difícil de escolher.
O ano áureo do cinema para mim
Em 1966 foi o ano áureo de minha vida relativamente ao cinema. Assisti neste ano nada menos que a 180 filmes, sendo que foi também o ano em que assisti aos melhores filmes de minha vida. Quero chamar a atenção aqui pra uma coisa importante: não havia locadoras naquele tempo. Os filmes tinham que ser vistos no cinema. A partir deste ano passei a anotar também no caderno os nomes dos personagens dos atores principais. A partir de 1º de maio, quando abri um novo caderno de anotações pois o segundo caderno de 80 folhas também tinha acabado, passei também a anotar o gênero do filme, isto é, a categoria dele (drama, comédia, etc.) e também anotava o título original. No final do ano introduzi muitas modificações acrescentando muitas coisas novas para escolher.
Elegendo os Melhores
Escolhi os 3 melhores filmes em cada mês, ao final dos semestres escolhi os dez melhores de cada semestre e, dentre esses 20 filmes melhores, elegi os 10 melhores do ano. E ainda escolhi os 10 melhores filmes de diversão, que não tinham categoria de filmes artísticos. Ainda elegi o meu Oscar de melhor diretor, melhor ator, melhor atriz, melhor ator coadjuvante, melhor atriz coadjuvante, melhor trilha sonora, melhor fotografia, melhor câmera, revelação masculina, revelação feminina e duas menções especiais.
Para encerrar esta postagem, vou transcrever aqui os dez melhores do ano de 1966 para mim. Logo a seguir, também, os dez melhores filmes de diversão do ano de 1966 que escolhi.
Melhores filmes de 1966
- Sempre aos domingos (Serge Burguignon) – francês
- Profanação (Jules Dassini) – grego
- Amor, sublime amor (Robert Wise) – americano
- Testemunha de acusação (William Wilder) – americano
- As aventuras de Tom Jones (Tony Richardson) – britânico
- O Processo (Orson Wells) – francês
- Vento do Sul (Enzo Provenzale) – italiano
- Rocco, e seus irmãos (Luchino Visconti) – italiano
- A bossa da conquista… e como consegui-la (Richard Lester) – britânico
- O colecionador (William Wyler) – britânico
Melhores filmes de diversão de 1966
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A pantera cor de rosa (Blake Edwards) – americano
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Topkapi (Jules Dassin) – americano
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Sete homens de ouro (Marco Vicario) – ítalo-franco-espanhol
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Bagunceiro Arrumadinho (Frank Tashlin) – americano
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Um tiro no escuro (Blake Edwards) – americano
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Ipcress, arquivo confidencial (Sidney J. Furie) – britânico (Clique para assistir)
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O professor aloprado (Jerry Lewis) – americano
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Fala-me de mulheres (Ettore Scola) – ítalo-francês
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Esses homens maravilhosos… (Ken Annakin) – americano
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O otário (Jerry Lewis) – americano
Observação
(na verdade, o título do filme que ficou em 9º lugar é “Esses homens maravilhosos com suas máquinas voadoras ou Como voei de Londres a Paris em 25 horas e 11 minutos” cujo título original é “How I flew from London to Paris in 25 hours and 11 minutes). Escrevi apenas “Esses homens maravilhosos…” para abreviar. Esse título, em que constam as duas alternativas, é o maior título de filme que já vi.
Posteriormente e gradativamente, irei postando novas revelações de minhas antigas anotações aqui.