Testemunha de acusação [ filme ]

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O texto da sinopse foi extraído integralmente da Wikipédia e o texto posterior foi baseado numa crítica encontrada numa revista de cinema antiga que nem sei o nome nem o número. Havia na revista uma seção intitulada – O filme da semana: Testemunha de acusação, escrita por Artur Thomazi. O nome da seção era Cinemascópio.
Captura-de-Tela-2014-02-28-a-CC-80s-09.48.23Sinopse – Sir Wilfrid Robarts (Charles Laughton), experiente advogado (barrister) com frágil saúde, aceita Leonard Vole (Tyrone Power) como seu cliente, apesar dos protestos de sua enfermeira, srta. Plimsoll (Elsa Lanchester), já que o médico lhe havia aconselhado tirar umas férias e afastar-se de todos os casos criminais. Vole é acusado de ter assassinado a srta. Emily French (Norma Varden), uma mulher mais velha e rica que se apaixonado por ele, a ponto de transformá-lo em seu principal herdeiro. Fortes evidências circunstanciais indicam Vole como o assassino.

Quando Sir Wilfrid fala com a esposa alemã de Vole, Christine (Marlene Dietrich), julga-a um tanto fria e controlada; ela apresenta, no entanto, um álibi. Acaba, no entanto, surpreendendo-se quando ela é chamada como testemunha da acusação. Como uma mulher não pode testemunhar contra seu marido, Christine revela que ainda era casada com outro homem quando aceitou casar-se com Leonard, e afirma que ele teria confessado a ela o assassinato de Emily French, e que sua consciência a havia impelido a contar a verdade.

Captura-de-Tela-2014-02-28-a-CC-80s-09.47.27

Durante o julgamento (no Old Bailey, cuidadosamente recriado por Alexandre Trauner), Sir Wilfrid é contactado por uma mulher misteriosa que, mediante pagamento, lhe fornece as cartas escritas pela própria Christine por um amante misterioso chamado Max. Esta correspondência acabam por desacreditá-la, fazendo com que o júri inocente Leonard.

Sir Wilfrid, no entanto, não está satisfeito com o veredito. Seus instintos lhe dizem que algo ainda estava errado, e ele pretende prová-lo. Por acaso, ele e Christine acabam ficando sozinhos no tribunal; ela aproveita esta oportunidade para assumir o crédito do ocorrido. Após tê-la ouvido dizer, no início do julgamento, que o testemunho de uma mulher não seria convincente, ela decidiu fazer com que seu depoimento fosse utilizado pela acusação, e então desacreditado. Como ex-atriz, ela interpretou o papel da mulher misteriosa tão bem que Sir Wilfrid não a reconheceu. Christine afirma saber que Leonard era culpado; seu testemunho havia sido verdadeiro, e suas cartas não haviam passado de uma fraude – Max nunca existiu. Quando lhe perguntam por que ela havia feito tudo isto, Christine afirma que ainda ama Leonard.

Captura-de-Tela-2014-02-28-a-CC-80s-09.47.45

Leonard então aparece e, agora protegido pelo ne bis in idem (double jeopardy), confirma o que Christine acaba de dizer. Uma jovem (Ruta Lee) corre então para seus braços. Quando Leonard anuncia que pretende fugir com ela, Christine o mata com uma faca, num acesso de fúria. Sir Wilfrid comenta que Christine não teria assassinado Leonard, e sim “o executado”. Sua enfermeira então cancela seus planos de férias, sabendo que ele não conseguirá resistir a assumir a defesa de Christine.” (FONTE – Wikipédia).

Captura-de-Tela-2014-02-28-a-CC-80s-09.48.02ELENCO:
Tyrone Power …….. Leonard Stephen Vole
Marlene Dietrich …. Christine Helm Vole
Charles Laughton .. Sir Wilfrid Robarts
Elsa Lanchester ….. srta Plimsoll
John Williams ……. sr. Brogan-Moore
Henry Daniell …….. sr. Mayhew
Ian Wolfe …………… sr. Carter
Torin Thatcher …… sr. Myers
Norma Varden …….. Emily Jane French
Una O’Connor …….. Janet McKenzie
Francis Compton ….. juiz
Philip Tonge ………… inspector Hearne
Ruta Lee ……………… DianaDentre vários outros méritos, “Testemunha de acusação” tem um desenrolar que o coloca entre os mais originais e desconcertantes filmes da história do cinema. Trata-se de uma realização primorosa no seu gênero. Antes de chegar às últimas cenas o espectador se entretem com uma história de suspense construída com toda segurança. O tema, como então se apresenta – um homem inocente acusado de homicídio. Vítima de provas circunstanciais,  aquele homem participa de um enredo que não se destaca por ângulos incomuns.  Contudo desperta um interesse permanente. As situações tecidas com habilidade, expostas em “flash backs”, tendo à frente em desempenho magistral , Charles Laughton, já são suficientes para incutir no filme todos os requisitos de um bom espetáculo. Há então o desfecho. Um desfecho altamente surpreendente, desses que chegam a humilhar aquele espectador com pretensões à Sherlock Holmes. E aquilo que se tinha visto até então, adquire novo valor.  De muito bom, o filme transfigura para excelente.  Tudo que parecia comum, torna-se originalíssimo. O que tinha contornos banais,  ainda que envolventes,  ganha por deduções que impõe o epílogo, nuances sutis, cores satíricas e dramáticas.

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Testemunha de acusação” é um filme ardiloso, uma mordaz armadilha para a plateia. De um lado um criminalista famoso de longa experiência e notória inteligência. De outro, um cidadão comum (Tyrone Power, em satisfatória atuação), que se vê, de um minuto para outro, vítima de uma trágica armadilha do destino.  Todos e tudo o acusam de assassino, inclusive a esposa – e ele é inocente. Esta é a convicção do renomado advogado e não podia deixar de ser a da plateia. Ao fim, a reviravolta. A solução atordoante, sugerindo implicações fascinantes. O advogado brilhantíssimo, assim como a plateia, foram redondamente enganados por simples criminoos. Um golpe irônico e zombeteiro nos processos da Justiça, uma rasteira desmoralizadora nos valores consagrados. O filme, que até então, era um simples policial, se tinge subitamente de empolgantes tonalidades de caráter psicológico e social. Envolvendo tudo, ironia e sarcasmo.

 Charles Laughton personifica o amor à profissão, aquela devoção que leva as verdadeiras vocações aos mais extremados sacrifícios com um sorriso nos lábios já que maior que o sacrifício é o prazer íntimo de mais uma vitória. Como advogado recém saído de uma casa de saúde, põe ele em risco a própria vida para salvar a do cliente ameaçado da pena capital. Esse contraste dramático se amplia vigorosamente ao saber que todo o esforço que despendeu, todo o uso da sua capacidade de criminalista, foi empregado na defesa de um homem que ele julgara sinceramente inocente – e que não o era. Do personagem de Charles Laughton o drama de transfere para Marlene Dietriech – a mulher que se vê repelida no último instante pelo homem que lhe devia a salvação. Esse jogo de decepções e frustrações, se desenvolvem nos rápidos minutos das cenas finais. Os lances se sucedem aí  com uma solidez perfeita e só assim, na verdade, seria possível a criação repentina do clima que propicia a convicção na plateia de que tudo aquilo era verossímil. Ao término, o espectador sente-se tonto, sob a estranha impressão de que foi objeto de uma brincadeira trágica – mas,  acima de tudo,  grato por ter assistido a um filme interessantíssimo, sob todos os pontos de vista.
 
Encontrei no Youtube o filme integral que disponibilizo para meus agora já 33 leitores terem a oportunidade de vivenciar uma riquíssima experiência.

Obs. O filme originalmente é em preto-e-branco, embora existam atualmente, cópias coloridas artificialmente.

Mereceu cinco estrelinhas sem nenhum favor!
 
 

*****
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Agatha Christie era mesmo genial! Esse filme foi baseado em um conto escrito por ela. Li esse livro há muitos anos e, lendo agora sobre o filme, me deu vontade de relê-lo! O filme acho que não vi, mas sempre o livro costuma ser melhor que o filme, mas o enredo é muito bom, deve realmente ser um ótimo filme! Parabéns pela postagem! Beijos na alma!

Agatha Christie era mesmo genial! Esse filme foi baseado em um conto escrito por ela. Li esse livro há muitos anos e, lendo agora sobre o filme, me deu vontade de relê-lo! O filme acho que não vi, mas sempre o livro costuma ser melhor que o filme, mas o enredo é muito bom, deve realmente ser um ótimo filme! Parabéns pela postagem! Beijos na alma!

Parece que o blogger está duplicando os comentários. Já é a terceira pessoa com quem isso ocorre.
Realmente, Ariadne, a história foi baseada num conto da escritora inglesa Agatha Christie mas, acredito que esta seja uma das poucas exceções em que o filme seja melhor que o livro. Não o li mas, tenho quase certeza que o filme superou o livro, pelos que estavam envolvidos nele. Billy Wider sozinho, já é uma lenda! E acompanhado por Tyrone Power, Marlene Dietrich e Charles Laughton, fica difícil algum livro superar. Principalmente Charles Laughton, que dá um show no papel do advogado Sir Wilfrid Robarts.

3 Comentários

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