Este filme americano, lançado no ano passado nos Estados Unidos e em janeiro deste ano aqui no Brasil, é baseado no livro homônimo de Markus Zusak, dirigido por Brian Percival e estrelado por Sophie Nélisse (Liesel Meminger). O filme se passa durante a Segunda Guerra na Alemanha nazista. Conta a história de uma menina que é deixada pela mãe para adoção por uma família alemã para proteger os filhos. O irmão mais novo que também seria adotado, morre antes de chegar ao seu novo lar durante a viagem. Seu corpo é enterrado junto à estrada de ferro numa cova rasa e um dos coveiros deixa cair um livro que Liesel apanha e guarda consigo. apesar de não saber ler ela o olha todas as noites em sua nova casa. A mãe adotiva (Rosa) é muito rigorosa e grosseira, completamente o oposto do pai adotivo (Hans) que logo conquista Liesel e é quem a ajuda a aprender a ler. Liesel é educada em uma escola alemã onde é domesticada para odiar os negros, judeus e a servir a Alemanha mas não se deixa influenciar e, por não saber ler sofre bullying onde todos a chamam de burra exceto um menino que se apaixona por ela – Rudy. Seus pais adotivos escondem um judeu (Max) sob as escadas filho de um homem que deu sua vida para salvar Hans na guerra. Liesel logo faz amizade com Max e ao ser mandada à casa do prefeito para levar um cesto de roupas lavadas e passadas pela mãe para ganhar algum dinheiro, a mulher a reconhece pois a vira apanhar um livro no que restou da fogueira feita na Noite dos Cristais, quando os alemães destroem lojas e casas de judeus e queimam numa enorme fogueira os livros encontrados. A mulher do prefeito convida-a para entrar e lhe mostra uma enorme biblioteca dizendo-lhe que ela pode voltar sempre que quiser. Liesel fica encantada e, quando o prefeito a expulsa de lá, ela passa a roubar os livros para lê-los para Max.

Elenco

Sophie Nélisse como Liesel Meminger

Geoffrey Rush como Hans Hubermann

Emily Watson como Rosa Hubermann

Ben Schnetzer como Max Vandenburg

Gotthard Lange como Coveiro

Godehard Giese como polícia no comboio

O filme tem cenas comoventes e diálogos e frases da narrativa belíssimos. Merece quatro estrelas só pela exploração prejudicada da emoção pelo diretor que peca pela pobreza de sentimentos de alguns personagens. Vale aqui a transcrição de algumas frases da narrativa.

“Fora do carro, o mundo era um globo de neve. E num lugar chamado rua Paraíso, um homem com o coração de acordeon e uma mulher vestida de trovão aguardavam sua nova filha.” Ou a que a narrativa apresenta num dos momentos mais belos do filme quando estão todos num abrigo anti-aéreo em um bombardeio e Max que ficara na casa escondido sai à rua deserta e fica olhando para o céu. “Enquanto 10 mil almas escondiam a cabeça com medo e tremiam, um judeu agradecia a Deus pelas estrelas que abençoavam seu olhar.”

Uma coisa que creio merecer registro aqui é o fato de na Wikipédia e em outros sites de cinema que pesquisei, não colocam Sophie Nélisse como atriz principal. Ora, ela é quem dá ao filme e ao livro o título! Como não seria a atriz principal? Não é porque Emily Watson é mais famosa que ela é a protagonista. Outra falha que percebi nos sites pesquisados é que, em quase todos, a sinopse do filme está completamente deturpada. Afirmam coisas inverídicas e que dão a quem lê uma ideia completamente diversa da que o filme comunica.

As pessoas que escrevem alguma coisa para o público, deveriam ter mais cuidado com aquilo que irão divulgar pois, é muito sério isso. Finalmente, a velha história de que o filme não corresponde ao livro nem trás os detalhes do mesmo. Ora, como pode um filme de pouco mais de 2 horas retratar um livro com todos os seus detalhes? Quem vê um filme baseado num livro jamais pode esperar uma obra idêntica. Se isso fosse acontecer, o filme teria mais de 10 horas de duração!

Justamente porque sei que o filme nunca se compara ao livro, resolvi assistir ao filme antes de ler o livro. Ele está nas minhas metas de leitura para 2014 mas preferi ver o filme primeiro. Desse modo não vou me decepcionar pelo fato de o filme não retratar o livro tão bem, o que é normal e comum.