Uau! Que arroubo de sensualidade! No coração do poeta há Dálias, Margaridas,Rosas…Há também morena! Tudo porque no coração do poeta há devaneios… ilusões… emoções!
A morena do lotação [Conto poético]
Este poema foi publicado na Antologia ‘Poesias sem fronteiras’ organizada por Marcelo de Oliveira Souza e está na página 89 do livro.
Versos de Alberto Valença Lima, registrados na Biblioteca Nacional no setor de Direitos Autorais.
Certa tarde de segunda num arroubo,
Num ônibus subo, para não pensar, tentar,
Na cadeira junto à porta me aquieto,
De onde possa cada um contemplar,
Que por ela desfila inquieto.
A um tempo que perdi sua noção,
Sobe naquele ônibus acolhedor,
Esguia morena, de decote sedutor,
Seus cabelos, negros e pesados,
Revelam sua condição de mimados.
Por mim passou, e nem olhou,
Mas em pé, ao meu lado ficou,
E aquele cheiro forte de cio,
Para resistir, ao meu sofrer me alio.
E sem pensar, num ímpeto me levanto
E à bela dama, meu assento, num acalanto,
Ofereço com gentil e desprendido encanto.
Naquela tarde, que na memória ficou,
Ela, para de todos, espanto,
Meus lábios beijou, sem pudor!