Os indiferentes – Francesco Maselli [Filme]
- By : Alberto Valença Lima
- Category : Minhas verdades através dos filmes
- Tags: #criticafilme, Claudia Cardinale, Crítica, filme de 1964, Filme italiano, Francesco Mazelli, resenha
Francesco Maselli – Diretor
Francesco Maselli foi o diretor italiano responsável pela direção deste filme e pelo filme Os delfins, também com Claudia Cardinale.
Gli Indifferenti (Os indiferentes) – Francesco Maselli – 90 min, 1964
Elenco:
Cláudia Cardinale ……………………Carla
Thomas Millian ………………………. Michéle
Rod Steiger………………………………Léo
Shelley Wintters ………………………Lisa
Paulette Goddard ……………………Maria Grazia
Assisti a este filme duas vezes. A primeira em 1965 no Cinema Art Palácio e a segunda no Cinema São Luiz em 11 de fevereiro de 1967. “Os indiferentes” é uma produção ítalofrancesa, com fotografia em preto e branco e com tela pequena. Vou transcrever a seguir aquilo que registrei no meu caderno de anotações de filmes assistidos em 1967.
Carla (Cláudia Cardinale) e Michèle (Thomas Willian) vivem indiferentes ao que se passa em sua volta.
Dilema
Léo (Rod Steiger) ex-amante de Maria Grazia (Paulette Goddard), aproveitando-se da indiferença de Carla, e de sua precária situação, pois tinham hipotecado a casa, o prazo vencera-se e não tinham dinheiro para pagá-la, propõe a Carla que se case com ele.
Ela, estando para perder a casa, vive um terrível drama a partir de então. Não sabe se entrega-se a Léo, voltando assim a sua aparente tranquilidade e conforto, mas degradando-se ao status de prostituta, ou se continua sofrendo junto com sua mãe Maria Grazia, seu irmão Michéle e a empregada Lisa (Shelley Winters) mas gozando do status de moça recatada.
Agravamento do dilema
Para agravar o dilema, Carla não concebe a situação de pobreza. Sendo assim, termina tornando-se amante de Léo, decaindo tanto que ao final da noite que passam juntos, ela pede dinheiro a ele para ir pra casa e diz: “Já estou ganhando minha vida.”
O irmão ao saber que ela se entregara a Léo, a quem ele odiava até os gestos, pelo fato de ele já ter sido amante de sua mãe, e também por ser ele um aproveitador de ocasiões, compra um revólver e vai à casa de Léo. Ao entrar e tirar o revólver do bolso, esquece que não colocara balas no mesmo. Então, num ímpeto de fúria, corre gritando em direção a Léo que o segura, jogando-o em cima de um birô. Ele sem ação pergunta: “Onde está Carla?”
– Eu que sei? Deve estar em casa ou na rua.
Nesse instante, Carla que estava no 1º andar puxa a cortina e responde: “Já vou Michèle.”
Após rápida discussão na qual Michèle propõe a Carla nova vida, fazem planos para o futuro, mas Léo quebra o encantamento dos sonhos dizendo: “Ela não poderia por várias razões.
– Que razões? Pergunta Carla chorando.
– Primeiro vocês estão na miséria, segundo eu sou rico e você está tendo relações comigo. Pode obter o que quiser, terceiro, ninguém mais casará com você na situação de sua família. Quarto, não há problemas entre nós dois, pois não lhe amo e assim, nada de ciúmes e quinto e último, você dormiu comigo.
A tentativa de liberdade
Depois de terem passado por tudo isso naquela casa, Michèle e Carla saem mas antes Carla diz: “Nada mudou, apenas aumentou a repugnância!”
Ao chegarem em casa Michèle propõe a Lisa ficarem sós. Depois ele iria ter com ela e Carla. Indiferente, indignada consigo mesma, prepara a mãe para a festa pois Léo em breve estaria lá para buscá-las.
A tela embranquece aos poucos, a câmera foca o rosto parado e belíssimo de Claudia Cardinale. Assim termina essa magnífica obra prima de Francesco Maselli, que sem dúvida, disputará durante muito tempo o primeiro lugar do ano, e com grandes possibilidades de vencer. Ainda que este ano fosse 1966, ano em que assisti “Phaedra“, “Cybèle“, “West side story” e outros. (Dois dos filmes citados estão disponíveis aqui no blog Verdades de um Ser para serem assistidos a eles como filmes online. Basta clicar nos links)
Prêmios
Esta produção conquistou o prêmio de melhor filme do Festival de Mar del Plata em 1965 e Thomas Millian o de melhor ator. Cláudia Cardinale está excelente neste filme e, consequentemente, é quase certeza absoluta ser a escolhida por mim como melhor atriz de 1967. Thomas Millian e Paulette Goddard também disputarão os prêmios de melhor ator e atriz coadjuvantes. Todo este conjunto de fatores extraordinários justifica bem a cotação dada a este filme passando assim o mesmo a ser a primeira obra prima de 1967.
Mereceu seis estrelinhas! Cotação máxima!!!
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