Dia 2 – Escrever sob o ponto de vista de quem tem sinestesia.

Carta para o passado

Minha Querida,

Há tempos não nos falamos. Você continua bela mas, já não me causa suspiros. Tantas coisas aconteceram nesses anos todos!

Era naquele tempo, completamente apaixonado por você! Esquecia até de mim. Isso talvez a tenha afastado. Tinha por você verdadeira adoração. Nunca me esquecerei de alguns dos momentos que passamos juntos mas, hoje são só passado, lembranças.

Mas não é sobre isso que quero lhe falar. É sobre uma música que sempre, instantaneamente, quando a ouço, faz-me lembrar de você, de seus cabelos, de seu cheiro, de seu corpo ainda vestido naquela gaze branca, que a luz negra do Las Vegas lhe fazia mais insinuante, desejável, sedutora. E nós dançávamos num cubículo de poucos centímetros num cantinho escuro…

Como é impressionante isso! Eu chego a reviver todos aqueles momentos… como se novamente estivessem acontecendo… A música? Não vou dizer. Talvez você lembre, não sei. Mas, como é uma coisa minha, ficarei com ela em segredo. Queria apenas que você soubesse, que há uma música, que me leva ao passado, ou melhor dizendo, o trás para o presente, fazendo-me reviver aqueles momentos tão preciosos. Hoje tão longínquos…

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Obs. Sinestesia é, segundo o dicionário,  uma associação de natureza psicológica, combinando dois sentidos distintos como, por exemplo, a cor verde (visão) ser associada com um determinado cheiro (olfato). Significa por exemplo, que se você vê uma certa cor escuta um som ao ver aquela cor, ou seja, a visão, lhe faz escutar. Estendendo-se o conceito, pode-se dizer que sinestesia é feita, quando se faz com algum cheiro, música ou gosto, por exemplo, seja associado a algum acontecimento ocorrido quando se sentia aquele cheiro ou ouvia aquela música ou se sentia o gosto.