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Arte japonesa – Kintsugi
- By : Alberto Valença Lima
- Category : Notícias ou dicas
- Tags: Arte japonesa, colagem, kintsugi
Descobri no facebook de uma pessoa querida esta manhã, uma coisa que quero compartilhar. Particularmente, achei belíssimo tudo que a envolve. Trata-se de uma arte japonesa – Kintsugi. E, como toda arte, esconde em suas nuances, detalhes de sabedoria.
Kintsugi é uma palavra japonesa que significa marcenaria de ouro. Essa arte japonesa consiste em reparar cerâmica quebrada com uma mistura de laca e pó de ouro, prata ou platina. A filosofia japonesa, trata a rutura e sua reparação como parte da história do objeto e, assim sendo, não deve ser disfarçada ou escondida.
As falhas e fissuras, ao inves de serem disfarçadas e escondidas, são acentuadas e celebradas, como as partes mais importantes da peça.
Conta-se que esta arte teve sua origem, quando, no final do século XV, Ashikaga Yoshimasa enviou uma tigela chinesa danificada de volta à China para ser reparada. A peça foi devolvida com reparos feitos através de grampos metálicos, ficando muito feio o objeto. Foi solicitado então a artesãos japoneses, que procurassem uma maneira de tornar mais estética aquele reparo. O resultado foi tão admirado, que alguns foram acusados de quebrarem propositalmente objetos de cerâmica valiosos para serem restaurados com aquela nova técnica.
As rachaduras e reparos, são na filosofia japonesa, simplesmente um evento na vida do objeto que, levando para o lado de nossa vida diária, as “quebras” devem ser encaradas como algo normal e deve-se aceitar a mudança como um acontecimento da vida e, ao invés de tentar esconder debaixo do tapete, por que não embelezar aquela “quebra” com algo que possa torná-la mais bela? Como o amor, por exemplo.
“Não só não há nenhuma tentativa de esconder o dano, mas o reparo é literalmente iluminada … uma espécie de expressão física do espírito de Mushin …. Mushin é muitas vezes traduzido literalmente como “não mente”, mas tem conotações de totalmente existente no momento, de desapego, de equanimidade em meio a novas condições. … As vicissitudes da existência ao longo do tempo, para as quais todos os seres humanos são sensíveis, não poderiam ser mais claras do que na hora do recreio, as batidas, e a quebra mercadoria cerâmica à qual também está sujeita. Esta pungência ou estética da existência foi conhecida no Japão como mono no aware , uma sensibilidade compassivo, ou talvez identificação com, [coisas] fora de si mesmo.”
Christy Bartlett, Flickwerk – A Estética do emendado de japoneses na Cerâmica