Direção – Carlos Saldanha
O brasileiro Carlos Saldanha fez um trabalho notável com este segundo filme da série Era do gelo que já tem até o número 4 lançado.Não vi o primeiro filme, então não posso fazer comparações, mas este, superou minhas expectativas. Não costumo assistir a desenhos animados. Não é um gênero que me atraia nem um pouco mas, estava no Shopping com meu filho, minha nora e minha neta e eles iam levá-la para ver este filme. Para não deixá-los sem minha companhia, resolvi ir ver também. Afinal, por que não dar uma chance ao desenho animado? Foi uma grata surpresa!
Título original – Ice age: the meltdown
Produção – Estados Unidos
Ano de lançamento – 2006.
Duração – 1h 30min
Versão brasileira a cargo da Delart – Rio
É um filme bem cuidado de computação gráfica que trás uma história cheia de situações engraçadas, embora comuns, manjadas
¹, já muito exploradas. Talvez, por isto mesmo, o diretor mereça todo o crédito. Por exemplo: Logo no início do filme, Scratch, o esquilo atrapalhado, está tentando pegar sua bolota e é obrigado a tampar vazamentos em um paredão de gelo. Primeiro tampa com um dedo, depois com um dedo da outra mão, depois com um pé e em seguida com o outro pé. Surge mais um vazamento que ele tampa com seu focinho. Então vai se enchendo de água até sair fazendo piruetas no ar como quando se solta um balão cheio de ar. Só que em vez de sair o ar dele, fica saindo água e ele vai secando. É muito engraçado. Creio que neste dia eu estava com um espírito infantil. Os personagens principais são os mesmos do desenho inicial da série: o mamute Manny que, na versão brasileira foi dublado por Diogo Vilela; Sid, a preguiça gigante, que foi dublada por Tadeu Melo e o tigre dente de sabre, Diego, que foi dublado por Márcio Garcia. Neste novo trabalho há a inclusão de alguns novos personagens como a mamute Ellie que é interpretada por Cláudia Jiménez e os dois gambás, Crash e Eddie. Há ainda o esquilo Scratch que vive novas trapalhadas tentando conseguir comer sua bolota.
O tema do filme é o aquecimento global, de onde o diretor consegue extrair para os expectadores, vários sentimentos e lições. Este filme já foi usado até pelo governo para treinamento de trabalho em equipe, explorando diversas habilidades e relacionamentos entre os personagens do desenho. É o caso da solidariedade, adaptabilidade, flexibilidade, análise e síntese, comunicação verbal e relacionamento interpessoal. Explorando a cena em que o terreno onde eles estão está prestes a desmoronar, e os dois mamutes precisam manter as trombas unidas apesar de estarem brigados pois, se assim não o fizessem, não sobreviveriam nem os demais que estavam com eles. Atuam assim, de forma colaborativa. E eles dizem ao final: “Enfim, fizemos uma coisa certa juntos.“
Está chegando ao fim da era glacial e o gelo está derretendo e com isto aumentando o nível da água. Isto irá inundar o lugar onde os animais viviam e eles precisam descobrir um outro lugar para ficar. Nesta busca os 3 personagens principais se deslocam em busca deste lugar e no caminho vivem muitas aventuras. Há amor, solidariedade, união, amizade, dificuldades e superação. Tal qual acontece no mundo real.
Carlos Saldanha não é muito conhecido aqui no Brasil mas, é um fera nos Estados Unidos. Ele dirige uma equipe de mais de 200 gênios em computação e os orçamentos com que ele lida, ultrapassam com facilidade, os 60 milhões de dólares. Este filme mesmo, teve um investimento de 80 milhões de dólares. É um carioca de 37 anos, que pode não ter a fama de Walter Sales, por exemplo, mas, certamente, ganha umas dez vezes mais.
As cores são muito bonitas e a água e o gelo são tão perfeitos que você tem a impressão de que são reais. É um filme muito divertido mas, é bom lembrar que é um desenho para crianças. Mereceu três
estrelinhas.
Notas:
1 – manjada – corriqueiro, que já está muito visto.
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