Tudo vai ficar bem – Wim Wenders [Filme]
- By : Alberto Valença Lima
- Category : Minhas verdades através dos filmes
- Tags: Blog Verdades de um Ser, Tudo vai ficar bem, Wim Wenders
Direção: Wim Wenders
Wim Wenders é um cineasta alemão, e é o presidente da Academia de Cinema Europeu em Berlim. Ele recebeu a Palma de Ouro em Cannes em 1984 pelo filme Paris, Texas. E dois Grand Prix, um pelo filme In weiter Ferne, so nah! em 1992 e outra como Melhor Diretor pelo filme Asas do Desejo em 1987. Recebeu ainda um Leão de Ouro no Festival de Veneza de 1982 pelo filme Der Stand der Dinge.
Título original – Every thing will be fine
O roteiro deste longa do famoso e premiado diretor Wim Wenders, que nos últimos 7 ou 8 anos dedicou-se exclusivamente aos documentários, sendo os mais recentes Pina (2011) e Sal da Terra (2014), é do escritor norueguês Bjørn Olaf Johannessen deixando-o meio perdido na condução dos dramas dos diversos personagens, a começar pelo protagonista principal, Tomas, um escritor em crise conjugal e com dificuldades existenciais e familiares que provoca um acidente com vítima fatal.
O enredo do filme
Logo no início do filme, Tomas vai dirigindo por uma estrada coberta de neve e, repentinamente, percebe que o carro batera em algo. Para e desce para ver o que acontecera, torcendo para não ser nada grave. Ao avistar um menino em frente ao carro, tem um alívio pois ele estava bem, embora assustado e meio que em estado de choque. Pouco depois, ele descobre que não fora aquele o menino que ele atropelara e que a vítima do acidente era o irmão do menino e que estava morto.
Isso mexe completamente com a vida dele, da mãe dos meninos (Kate) e da criança sobrevivente (Christopher). A angústia de Tom se contrasta com a expressão fria e controlada do personagem. Creio que o diretor quis comparar o cenário das locações no Canadá, repleta de neve e frio, com as reações de aparente insensibilidade de Tom. Inclusive, este é um dos diálogos mais inquietantes do filme, quando sua última namorada e mãe de Mina, vários anos depois do acidente, fica abismada como era que ele, depois de um episódio como o que haviam acabado de vivenciar num parque de diversões, onde uma mulher sofre um sério acidente e ele ajuda a resgatá-la de baixo dos escombros. Ann mostra suas mãos ainda tremendo e pede que ele mostre as suas pois, tinha certeza que estariam totalmente paradas, calmas, aparentando uma total insensibilidade de Tom.
Processo de cura
Ao longo de seu processo de cura do forte abalo que sofrera com a morte do garoto, Tom chega até a tentar o suicídio. A questão principal porem, é que a trajetória dos personagens não é muito convincente nem tampouco arrumada. A relação de Tomas com o pai, fica muito a desejar, bem como sua relação com a primeira mulher (Sara), que só no final vem a ter um comportamento mais real, embora já não mais necessário. Fica um pouco fora do contexto toda aquela encenação entre Tomas e Sara na escadaria de um teatro aonde Tomas tinha ido com a atual namorada, Ann, para assistir a uma apresentação de uma banda. Nem fica muito claro se aquela banda era da filha de Ann, Mina, nem tambem o que Sara vai fazer fora do teatro para conversar com uma pessoa que a fez sofrer tanto.
Infelizmente, Gainsbourg é muito mal explorada pelo famoso diretor Wim Wenders. Charlote ganhou o César de atriz revelação em 1986 por seu trabalho em L’Effrontée e melhor atriz coadjuvante em 2000 por Três irmãs (La Bûche) alem de seus brilhantes desempenhos recentes em Samba (2014) e Ninfomaníaca I e II (2013 e 2014).
O filme é bom, mas deixa muito a desejar, apesar da fotografia belíssima e de uma música bonita. Mereceu três estrelinhas.
Dados técnicos do filme
Gênero – Drama, Psicológico, Mistério
Duração: 118 min.
Produção: Alemanha, Canadá, França, Suécia, Noruega
Roteiro: Bjørn Olaf Johannessen
Fotografia: Benoît Debie
Elenco e personagens
James Franco – Tomas Eldan
Charlotte Gainsbourg – Kate
Marie-Josée Croze – Ann
Rachel McAdams – Sara
Robert Naylor – Christopher
Patrick Bauchau – Pai
Peter Stormare – Editor
Lilah Fitzgerald – Jovem Mina
Julia Sarah Stone – Mina
Estreia nacional – Hoje, 10/03/2016
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