Cordel – um aprendizado [Texto autoral]
- By : Alberto Valença Lima
- Category : Verdades de meu ser [Textos autorais]
- Tags: cordel, cordelista, glosa, literatura de cordel
Ontem, dia 22/09/2018, início da Primavera, fui participar de uma oficina sobre composição de cordel. A professora? Madalena de Castro, que é fundadora da SPVO – Sociedade dos Poetas Vivos de Olinda e também da Sociedade dos Cordelistas de Olinda, consequentemente é uma pessoa de renome.
Estudando o Cordel
Tivemos uma tarde agradável, onde aprendemos as regras dos cordéis bem como as da glosa também. Fiquei sabendo que esta modalidade, só pode receber esta denominação, se tiver no mínimo doze estrofes. Consequentemente, muitos cordéis que vemos por aí não podem ser assim chamados. Há cordéis de vários tipos: em quadras (4 versos), em sextilhas (6 versos) ou em décima (10 versos) sendo em todos os casos, com versos heptassílabos (7 sílabas poéticas) ou decassílabos (10 sílabas poéticas).
A literatura cordelista é uma modalidade poética própria do Nordeste do Brasil. Consiste em poemas com rima soante e versos metrificados. Chama-se desse modo, por ser costume usar mostruário dos poemas impressos em pequenos folhetos que ficam pendurados em cordões, daí o nome de literatura de cordel.
Fomos lá convidados a criar um cordel e uma glosa. O cordel iniciei mas não concluí ainda pois é trabalhoso compor doze estrofes baseadas em um tema. Mas já estou quase no final.
A glosa é mais fácil e muito satisfatório compor uma. É dado um mote, que pode ser um dístico (dois versos) de sete sílabas poéticas ou de dez sílabas poéticas. A glosa consiste em compor um poema de dez versos (décima), porque deve ter a mesma quantidade de sílabas dos versos do mote, fazendo a rima no seguinte esquema: A-B-B-A-A-C-C-D-D-C.
Minha primeira Glosa
O primeiro mote dado pela professora foi:
“Quer ver do que sou capaz?
Venha pisar no meu pé”
A minha primeira glosa ficou assim:
A = Já fiz muita presepada
B = Tirei coco no pomar
B = Bebi pinga no altar
A = Comi até de enxada
A = Sem perder uma rimada
C= Na polícia dei olé
C = No meu pai dei pontapé
D = Já rasguei muito cartaz
D = Quer ver do que sou capaz?
C = Venha pisar no meu pé.
NOTAS
1 – Estou providenciando a redação de um texto de como fazer um cordel, a partir dos ensinamentos desta aula. Após enviar para Biblioteca Nacional para registrá-lo, compartilharei o mesmo com todos, publicando-o aqui.
2 – Foto em destaque da postagem (com fundo azul) foi extraída do site da editora Cromos, disponível em https://www.cromoseditora.com.br/product-page/camisa-vii-encontro-de-cordelistasda-Amazônia e consultado em 23/09/2018. Caso a editora se julgue prejudicada, basta entrar em contato que retirarei de imediato a imagem. Esta imagem foi usada para impressão nas camisas e cordéis do VII Encontro de Cordelistas da Amazônia.
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