Luiz Otávio – um trovador [Texto autoral]
Um pseudônimo
Luiz Otávio, como ficou conhecido o dentista Gilson de Castro, foi um trovador que se destacou no cenário nacional da poesia nos anos 50 e 60 do século passado.
Ele é, hoje, para mim, e para centenas de trovadores no Brasil e no mundo, um ícone. Mas para mim, ele não é um desses ícones que se tornam como tal de imediato, instantaneamente. Ele foi sendo construído na minha mente, à medida que o fui conhecendo, e estudando sobre ele.
Como fiquei conhecendo Luiz Otávio
Ao ingressar na União Brasileira de Trovadores – UBT há cerca de três anos, nunca tinha ouvido falar neste homem. Fui descobrindo-o aos poucos. Até que hoje, ele é não só um ícone e ídolo para mim, como também um marco. Eu o tornei imortal e depois descobri que ele já o era. Infelizmente, ao que parece, ele “perdeu a imortalidade” pois, a cadeira que ele patrocinava na Academia de Letras de Magé, RJ, foi substituída pela de outro patrono. Nunca tinha visto isso em lugar nenhum. Uma vez, patrono de alguma cadeira em uma Academia qualquer, o escritor torna-se imortal, e seu nome perpetua-se associado àquela cadeira para a eternidade. Mas lá em Magé, cidade do interior do Rio de Janeiro, onde ele era o patrono da cadeira nº 27, hoje já não é mais.
Mas quem foi Luiz Otávio?
Foi um dentista, muito bem conceituado na época em que viveu, não só na região onde morava, mas também nas localidades vizinhas, e até em outros Estados, devido, provavelmente, ao seu trabalho como trovador também, que o fazia percorrer muitas cidades no país.
Um pouco de sua história
Nasceu em Vila Isabel, no Rio de Janeiro, em 18 de julho de 1916, numa casa da rua Uruguai. Filho de Octávio de Castro e Antonietta Motta de Castro. Esta data, após sua morte veio a se transformar em Dia do Trovador, em sua homenagem e hoje, ela é festejada em todo o país, sendo inclusive parte do calendário de muitas cidades por força de leis municipais.
Fatos relevantes que foi responsável
Ele foi o responsável por três momentos importantes no cenário da literatura no Brasil.
- O lançamento do livro Meus irmãos, os Trovadores, publicação da Editora Vecchi, RJ, 1956. Este livro, marcou de forma deveras significativa, a história da literatura brasileira. Não se tem notícia de outra publicação tão importante para a história da trova no Brasil. Foi através dele, que houve uma verdadeira revolução no país em relação à trova, conquistando milhares de poetas desconhecidos, a se destacarem e se mostrarem no cenário do país. Na publicação, foram reunidas duas mil trovas de trovadores de todos os recantos do país. Entre os cerca de seiscentos trovadores, há alguns ilustres feito Adelmar Tavares, o Rei da Trova, J. G. de Araújo Jorge, Lilinha Fernandes, a Rainha da Trova, entre outros. Mas ele não incluiu nenhuma de suas trovas. Ficou esta lacuna.
- A fundação de uma das maiores e mais difundidas entidades literárias do Brasil, a União Brasileira de Trovadores, UBT. Inicialmente, na Guanabara, Rio de Janeiro, onde residia, e logo em seguida, espalhou-se por quase todos os recantos do país, tal o sucesso que alcançou.
- A criação, juntamente com J. G. de Araújo Jorge, dos Jogos Florais. Inicialmente em Nova Friburgo, RJ, mas logo em seguida, espalhou-se também por todo o país, e é um dos principais responsáveis pelo sucesso da UBT e da difusão da Trova no Brasil e no mundo.
Todos esses fatos estão na monografia que escrevi, após tomar posse na cadeira nº 03 da ABLAM – Academia Brasileira de Letras e Artes Minimalistas, cujo patrono é Luiz Otávio, por escolha minha, por ser um dos fundadores da Academia, e esta monografia, encontra-se registrada na Biblioteca Nacional e no site Registro de Obras.
Junto com Carolina Ramos, constituem parte da Realeza da Trova no Brasil. Ele como Príncipe, e ela como Princesa dos Trovadores.
Vou disponibilizar este texto, que está protegido pela Lei nº 9610 de 10 de fevereiro de 1998 que rege os direitos autorais. Para acessá-la, basta clicar no link abaixo.
Monografia sobre Luiz Otávio (Gilson de Castro)
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