Recife e Olinda – O que delas falar?

Verdades de meu ser [Textos autorais]
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Falando de Recife e Olinda

No aniversário de Recife e Olinda no próximo dia 12, quero fazer aqui uma homenagem publicando um texto que escrevi em 2017 para uma revista – Novo Horizonte – em sua 17ª edição, em outubro daquele ano. O título do texto é Recife e Olinda – O que delas falar? O texto foi ligeiramente alterado para adaptar aos dias atuais.

Publicação da Revista Novo Horizonte

Autoria – Alberto Valença Lima

Olinda

Olinda conta com belezas… Entre elas, podemos citar: sua magia, seus encantos, suas ladeiras, seus antigos casarões, suas igrejas e monumentos, do 1º Grito de República, da 1ª Faculdade de Direito do país, do seu farol, das suas bicas, das suas praças, do coreto e de tantos outros incontáveis recantos. Ela completará, no próximo dia 12 de março, mais um aniversário –  487 anos de existência.

Na verdade, não se sabe ao certo quando Olinda começou, mas, um belo dia, resolveu-se comemorar seu aniversário em 12 de março. A escolha desta data, deveu-se ao fato de ter sido em 12 de março de 1537 que ela foi elevada a categoria de Vila. E ficou como ano de seu nascimento, 1535, aquele em que, segundo se conta, Duarte Coelho Pereira, fidalgo português, chegando no Alto da Sé e contemplando a paisagem que dali se descortinava, proferiu a famosa frase que deu origem ao nome da cidade: “Oh! Linda localização para uma vila! ”

Ali, ergueu uma fortificação e a cidade foi se formando a partir daquele local, que inicialmente se chamava Marim dos Caetés. Olinda já foi a cidade mais próspera do Brasil. Mais até, que a capital do país, o Rio de Janeiro. Já foi a capital de Pernambuco, mas, após ser incendiada pelos holandeses que aqui chegaram e escolheram Recife para sua sede, Olinda tornou-se apenas uma cidade em ruinas e, posteriormente, uma cidade dormitório. Hoje não guarda mais aquela ostentação e riqueza. Hoje, Olinda é apenas um poço de poesia. Com muita história para contar.

Recife

E Recife? Que na época era apenas um vilarejo de pescadores? Só quando Pernambuco foi invadido pelos holandeses que Recife tornou-se importante, após o incêndio de Olinda. Mas só até 1654, quando os portugueses retomaram o poder e expulsaram os holandeses. Olinda então, voltou a ser a capital de Pernambuco, mas, só até 1837, quando perdeu para Recife, definitivamente, a categoria de Capital da Província. Também conhecida como “Veneza Brasileira”, Recife só fez crescer e ganhar fama. Não só se tornou a capital de Pernambuco. Em pouco tempo, tornou-se a terceira maior cidade do país, hoje ocupando a quarta posição. Mas tem o segundo maior Polo Médico do país, perdendo apenas para São Paulo.

Recife no Guiness Book

Recife também tem seus encantos. Com suas pontes, manguezais, igrejas, suas belas praias, seus imponentes edifícios, suas praças, seu Marco Zero, seu rio Capibaribe que banha suas terras em longa extensão.  Também seu Galo da Madrugada, já incluso no livro dos recordes, o Guiness Book, como o maior bloco carnavalesco do planeta, das suas ruas do Sol e da Aurora, dos seus recantos escondidos, mas famosos. É o caso do Castelo de Brennand, onde se encontra a maior coleção de armas brancas do mundo, ou a Oficina de Cerâmica de Brennand, que, embora sejam da mesma família, são pessoas diferentes. O primeiro é Ricardo, o outro é Francisco. São primos entre si.

Famílias Ricardo e Francisco Brennand x Recife e Olinda

O engraçado é que, quase como Recife e Olinda, que já foram rivais, brigaram, se uniram e cresceram juntas, as famílias de Ricardo e Francisco também já brigaram no passado. Recife e Olinda, hoje são prósperas e importantes. Cada qual à sua maneira.  No caso da primeira, tornou-se tão grande e tão próspera, que não faz mais sentido algum, compará-la com Olinda. Recife hoje, é a quarta maior cidade do Brasil, a mais importante cidade do Nordeste do país, o centro metropolitano de três outras capitais – João Pessoa, Maceió e Natal.

Uma cresceu, prosperou, se expandiu. Contou para todos por que nasceu, floresceu, frutificou. A outra, se deixou acariciar. Se introjetou, se recolheu, se aninhou. Nas suas ladeiras e igrejas, nas suas praças e bicas,  ela alimenta os poetas. E aconchega os namorados, os amantes. Em cada canto de suas ruas estreitas, surge uma sombra para abrigar os sonhadores. Ela conta, através de suas portas a história de Pernambuco, a história do Brasil.

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Muito bom. Historicidade sempre é bem vinda, linda a história desses duas cidades nordestinas e que Alceu tb compôs e canta em uma de suas música, (Marim dos Caetés) e você caro amigo tão bem expressou ente texto.

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