A teoria de tudo [Filme]

Minhas verdades através dos filmes
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Título original – The theory of everything

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Direção – James Marsh

O filme conta a história do famoso físico inglês Stephen Hawking, personagem interpretado por Eddie Redmayne, cujo trabalho magistral lhe rendeu o Oscar de melhor ator no ano de 2015 e também o Globo de Ouro. O filme é baseado na obra de Jane Hawking, esposa do personagem principal. Ele desenovolveu a teoria dos buracos negros e tentou desenvolver uma teoria segundo a qual todas as forças se resumiriam numa única, o que é há muito tempo, o grande sonho dos físicos. A teoria da Relatividade Restrita de Einstein e a teoria da Física Quântica são as duas teorias atuais que são aceitas pela Física para explicar o Universo. A primeira, relaciona tempo e a velocidade da luz, a outra estuda o comportamento da matéria para partículas minúsculas como o elétron, o próton, nêutrons, neutrinos, etc. Bem, mas isso é irrelevante no filme.

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Hawking conhece Jane na faculdade e se apaixonam. Nesta época começa a se manifestar uma doença degenerativa conhecida como ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) o que o deixou numa cadeira de rodas, com dificuldade de fala e praticamente sem movimentos, até mesmo da cabeça. Movimento de membros, zero. Alem disso, a doença lhe dava uma expectativa de vida de apenas dois anos. Isso foi quando ele tinha cerca de 18 anos mas, ele ainda vive na Inglaterra e está com 73 anos. Poucas vezes assisti a um desempenho de um ator tão perfeito como este de Redmayne. A interpretação e caracterização dele é tão perfeita, que o próprio Hawking, em entrevista no lançamento do filme no Festival de Toronto, no Canadá em 2014, disse que por vezes, acreditava que era ele próprio no filme. É impecável.

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Poucos dias antes de iniciar as filmagens, Redmayne encontrou-se com Hawking e, ficou com receio de descobrir que não tinha conseguido uma caracterização perfeita, a despeito de ter estudado muito os movimentos do seu modelo e também sobre a doença.

Hawking casa-se com Jane e vivem felizes, apesar da dificuldade visível que a doença do marido causa à vida do casal. Há no filme uma cena bem chocante, revoltante até, quando a família de Hawking põe em dúvida a paternidade do segundo ou é o terceiro filho do casal. O filme é cheio de emoções. Tratadas de forma madura e segura por Marsh.

Duas cenas merecem destaque: a primeira é quando Hawking pede Jane em casamento na festa ‘baile de maio’ e a outra é quando Hawking, compreendendo sua limitação e a extrema necessidade de alguém para ajudá-la com as crianças e com ele próprio, mesmo sabendo que isso representará o deslocamento da esposa para os braços de outro homem, ele diz que entende se ela chamar outra pessoa para ajudá-la. Mas, há muitas outras coisas a destacar, como a força de Jane ao enfrentar a notícia da doença do noivo, a transformação do sentimento de Jane ao longo do tempo e que Felicity Jones consegue transmitir de modo muito convincente, a fotografia do filme também muito bonita, uma trilha sonora encantadora de Johann Johannson e um tratamento sério e equilibrado para um tema que poderia ter descambado pra um drama sensalionalista.

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Pela beleza que James Marsh consegue emprestar ao filme, tratando um tema tão árido e doloroso com suavidade e, às vezes até com bom humor, pela interpretação magistral, incomparável do protagonista, pela leveza com que o diretor trata um conflito tão doloroso e tão difícil como o é, a relação de Hawking e Jane após alguns anos de convivência, pela maturidade que consegue emprestar aos envolvidos no triângulo amoroso tanto de Hawking com as duas mulheres como de Jane com os dois homens, o filme mereceu quatro estrelinhas.

Produção – Inglaterra
Ano de lançamento – 2014
Duração do filme – 2 horas e 03 minutos
Música – Johann Johannson

Elenco e personagens:
Eddie Redmayne – Stephen Hawking
Felicity Jones – Jane Wilde Hawking
Maxine Peake – Elaine Mason
Charlie Cox – Jonathan Jones
Emily Watson – Beryl Wilde
Guy Oliver-Watts – George Wilde
Simon McBurney – Frank Hawking
Abigail Cruttenden – Isobel Hawking
Charlotte Hope – Phillipa Hawking
Lucy Chappell – Mary Hawking
David Thewlis – Dennis Sciama
Enzo Cilenti – Kip Thorne
Georg Nikoloff – Isaak Markovich Khalatnikov
Alice Orr-Ewing – Diana King
Harry Lloyd – Brian

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Observação – O senhor Braulio Lorentz do Globo (Site G1 de São Paulo) é muito mal informado. Lamentável. O citado crítico de cinema afirma em matéria publicada, na época do lançamento do filme, nas salas de cinema aqui do Brasil (janeiro de 2015), que, por exemplo, o filme é baseado no livro homônimo de Jane Hawking. Ou ele não sabe ler, ou é muito desinformado pois, o título do livro no qual o filme se baseia é Travelling to Infinity: My Life with Stephen que, traduzindo seria “Viagem ao infinito Minha vida com Stephen“. Bem diferente, portanto, de Teoria de tudo bem como também, do título original do filme que é The theory of everything que, traduzindo significa exatamente, A teoria de tudo, . Nada a ver com o título do livro. O colunista ainda escreve a asneira de que não entendia por que razão Felicity Jones tinha sido indicada para o Oscar. Será que ele estava querendo que o Oscar fosse para ele?

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Eu aceitei a um tempo atrás que não sou uma pessoa de vê séries, depois de vê que faz um ano que esse filme foi lançado, eu queria ver e não vi estou a um passo de aceitar que também não sou muito de filmes. Mas, apesar disso ainda quero ver, pois além de tudo está sendo muito bem recomendado por pessoas cuja opinião e gostos confio, o que não é o caso do Braulio Lorentz!

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