Alberto, só posso te agradecer pelas palavras generosas sobre Versilêncios e parabenizar pela divulgação da literatura que promove num post como este.
Abraço e que a poesia nunca nos abandone.
Versilêncios [ livro de poesias ]
Sinopse – Versilêncios – Gerusa Leal
Nas palavras de Stéphane Chao, num texto-análise da obra poética de Gerusa, “a figura do “espelho” não é apenas uma estrutura presente nos poemas de Gerusa Leal, é a temática central: ela sintetiza dos valores da circularidade além de remeter à idéia de condensação, característica do cristal, de verificação do Eu, como meio de suspender o movimento de fuga de si para si mesmo.”
Não poderia deixar também de citar Bentancur, no seu blog onde assim se expressa a respeito desta fantástica produção artística: “A poética de Versilêncios é construção rigorosa, com versos esculpidos, talhados, não tivesse, pela força do ritmo, uma fluência cuja harmonia atinge em cheio sua cadência nunca dura, nunca seca, mas, sim, quase sussurrada e, desta forma, buscando lírica rara: a marcar exatamente porque escolheu entremostrar-se e não o contrário, que é exibir-se com os excessos comuns de uma poesia que não passa de prosa ritmada ao extremo.” (disponível em http://bentancur.blogspot.com.br/2009/10/alem-e-aquem-do-verso-versilencios-de.html acessado em 16/jan/2014).
Impossível também não aludir, aos versos de Paulo Salles, nos comentários do mesmo blog acima referido. Diz Paulo, que aqui, por respeito, corrijo (sem ao menos apontar):
“Olá, Betancurt
Acessei o seu link por indicação da minha amiga e poeta Gerusa Leal, para ver os comentários sobre “Versilêncios”, que foi lançado um pouco antes do lançamento do meu terceiro livro de poesias “Horas Verdes”. A maneira que encontrei para homenagear Gerusa, foi através do poema que ora envio a vc.”
“(DI)VERSIFICANDO
Para a poetisa Gerusa Leal, autora de “Versilêncios’, Prêmio Edmir Domingues da APL em 2007.
mergulhei novamente nos teus versos.
quem sabe pudesse colher a flor de gelo
ou encontrasse algum resto de carpintaria
que pudesse ser objeto de reconstrução
escravo também sou da mesma senhora
e quero ver a poesia nas coisas simples
seja em um encontro familiar
ou segredos de alcova
nasci e também preciso caminhar
com nuvens, chuvisco de azul, fumaça…
não importa
e se viver não é profissão
poesia então…
quero ser, mesmo que intruso, parte dessa tua nau
que singra os mares de Holanda a Olinda
mesmo sem nome e sem falar de amor
só não quero ser barco sem rumo
ou escravo da paixão
Monalisas tive. Sem o mesmo riso
mas com outros atributos
Confessaram me amar. Também disse que as amava
com um ar de um certo talvez
falo de muitas coisas. Pouco dos meus segredos
e se não consigo dormir, também não falo
e no silêncio minha alma dorme
fiz uma pausa em tuas lembranças
no drinque depois do banho
da provisória danação e do teu céu encoberto
não queria te ver pegar a sombrinha e partir
mas, se foi preciso…
não és uma inútil. Tua poesia rasga as veias
e traspassa corações. Teu medo é natural
e nem todos os dias são bons
não és filha de Lilith. És somente uma Eva
quem sabe mais uma mulher de preto
rainha ou última guerreira
troca os morangos mofados
solve o vinho que ainda está na taça
sem apego ao que é fumaça ou cristal
devora as batatas
morrer? Nenhum pouquinho
só não quero é chegar ao final
e contemplar a face impassível de Deus
eu quero é pular o abismo
e ir morar com Ele.
Paulo Salles