Lindo o seu blog! Bom conhecer esse proeminente e tão sensível poeta através de você! A poesia é muito delicada e sensível e deixa-nos à flor da pele! Ela em sua voz torna-se ainda mais bela. Amei o blog, o poema, tudo! Mas se eu fosse a sua ex noiva não o teria devolvido, por várias razões… Parabéns pelo blog e pelas postagens! Beijos!
Eu e você [ livro de poesias ]
- By : Alberto Valença Lima
- Category : Minhas verdades através dos livros
- Tags: Eu e você, Guilherme de Almeida, livro de poesias, Paul Géraldy, poesia sorte
Eu e você (Paul Géraldy)
Tradução – Guilherme de Almeida
Companhia Editora Nacional – SP
156 páginas
Sinopse – O livro “Eu e Você” (Toi et Moi), publicado em 1912, se tornou um clássico e uma ode à paixão. De linguagem delicada e sentimentos sempre presentes no homem moderno, a obra traz uma conversa íntima entre um casal apaixonado, revelando todos os segredos do coração, todas as inquietudes dos relacionamentos diante do cotidiano. Versos livres que descrevem de forma fascinante, erótica, sensual e corajosa o amor entre duas pessoas.
(FONTE – Skoob)
O poeta Paul Géraldy nasceu em París em 1885 onde fez seus estudos. Géraldy publicou em 1908 seus primeiros poemas no livro intitulado “Les Petites Ames” (As pequenas almas, em uma tradução livre). Em 1912 ele volta em sua segunda obra poética de nome “Toi et moi” (tu e eu). Seu sucesso como poeta foi tão grande que tende-se a negligenciar seu sucesso no teatro onde iniciou escrevendo a peça “Les noces d’argent” de 1917. Ficou eternamente conhecido como o poeta das mulheres e das coisas do coração, Paul Géraldy só voltaria a cena poética em 1960 com o livro “Vous et moi” que teve uma ótima crítica ainda na época.
(FONTE – Wikipédia)
Eu e você é um livro que pra mim tem uma história. Além da beleza e lirismo de seus versos, “Toi et moi” transformou-se num símbolo pois foi um presente que dei a uma pessoa de quem fui noivo nos idos de 1972. Ao finalizar o noivado ela o devolveu e guardei o livro que ainda está com o oferecimento que escrevi ao presenteá-lo.
São trinta e uma poesias que se confundem com o amor, romantismo, relacionamento, união, coisas sublimes…
Paul Géraldy só escreveu 3 livros de poesias – “Les petites âmes” (1908), “Toi et moi” (1912) e “Vous et moi” (1960). Escreveu também sete peças de teatro e três narrativas. Seu sucesso foi muito grande e, ainda hoje, é citado em muitos lugares com suas frases de encontros entre um homem e uma mulher.
Eu e você constitui-se numa obra poética que, no Brasil, recebeu a contribuição de outro grande poeta – Guilherme de Almeida que foi o responsável pela divulgação do poema japonês Haikai segundo consta na Wikipédia.
“Sorte” é uma das poesias do livro e, baseado nela que escrevi meu oferecimento. Abaixo transcrevo os versos para compartilhar com meus agora já 26 leitores.
“Podíamos jamais nos conhecer talvez!
Meu amor, imagine, pois,
tudo isso que a Sorte nos fez
para estarmos aqui, para sermos nós dois!
“Nós fomos feitos um para o outro” – diz você.
Mas pense no que foi preciso se interpor
de coincidências, para que
pudesse haver apenas isto: o nosso amor!
Que antes de unir nosso destino vagabundo,
vivemos longe um do outro, e sós, e separados,
e que é tão longo o tempo, e que é tão grande o mundo,
e a gente era capaz de não ter-se encontrado.
Você nunca pensou, meu romance bonito,
o que este amor correu de risco e indecisões
quando, ao encontro um do outro, em torno do infinito,
gravitavam à toa os nossos corações?
Você não sabe então que era incerta essa estrada
que conduziu nossos ideais,
e que um capricho, um quase nada
podia não nos ter juntado nunca mais?
Nunca lhe confessei esta cousa esquisita:
quando avistei você pela primeira vez,
a princípio nem vi que você era bonita…
Não reparei quase em você.
Sua amiga me atraiu bem mais, com seu sorriso.
Foi só muito depois que cruzamos o olhar…
Nós podíamos não ter lido nada disso:
Você, não compreender, e eu, nem sequer ousar.
Que seria de nós, se, aquela noite, alguém
viesse buscar você antes? Ou
se, entre as luzes, você não corasse também
quando eu quis ajudar a pôr o seu “manteau”?…
Pois foram essas as razões, lembra-se ainda?…
Um atraso, um impedimento,
e nada existiria deste encantamento,
desta metamorfose linda!
Nunca aconteceria o amor que aconteceu.
Você não estaria agora em minha vida…
Meu coração, meu coração, minha querida!
Penso naquela doença ainda
de que você quase morreu…”
Engraçado, relendo agora este poema, tornei-o atual e vejo, pela primeira vez após longos anos, que já não é mais àquela, de minha quase adolescência, que estes versos são dedicados…