Filosofia da adúltera [ livro ]

Minhas verdades através dos livros
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Sinopse – Pondé evoca Nelson Rodrigues para traduzir as mazelas do cotidiano. Neste livro, Luiz Felipe Pondé reúne reflexões e provocações sobre a condição humana e os diversos tipos sociais. Inspirado na obra de Nelson Rodrigues, toma como fio condutor a adúltera, o arquétipo representativo da tragédia humana. Em capítulos curtos, ácidos e bem-humorados, o autor discorre não apenas sobre o cotidiano, mas também – e principalmente – sobre aquilo que escorre pelo ralo. O cotidiano do qual fala Nelson Rodrigues, do qual não queremos saber. Aquele que colocamos embaixo do tapete, ou no quartinho dos fundos. Nesse cenário, ninguém escapa. Nem você, leitor ou leitora, que certamente odiará este livro do começo ao fim. É inevitável, mas preciso. Como nos provoca Pondé, ‘só uma filosofia selvagem se dá ao luxo de dizer a vida como ela é’.

Luiz Felipe Pondé é uma forma abreviada do nome do filósofo, escritor e ensaista brasileiro nascido em Recife em 1959 batizado como Luiz Felipe Cerqueira e Silva Pondé. De origem judaica graduou-se na Bahia em Medicina, tendo posteriormente cursado Filosofia na USP, doutorando-se em Filosofia Moderna na mesma universidade em parceria com a Universidade de Paris. Concluiu seu Pós doutorado em Epistemologia no ano 2000 na University of Tel-Aviv. Atualmente é professor na Universidade Católica de São Paulo, da Fundação Álvares Penteado e da Université Catholique de Louvain,  sendo também colunista do jornal Folha de São Paulo. Já publicou outras obras entre elas “O homem insuficiente”, “Conhecimento na desgraça”, “Do pensamento no deserto”, Contra um mundo melhor: Ensaios do afeto” e “O catolicismo hoje”. Ano passado publicou “Ensaios selvagens”.
É um autor muito pessimista e crítico. Seu pensamento é contra o catolicismo, o feminismo e o politicamente correto. Suas idéias são grotescas e agressivas.
A filosofia da adúltera” é uma agressão à mulher. Constituída de textos curtos baseados na obra de Nelson Rodrigues com uma linguagem rebuscada e muito correta, o leitor depara-se com uma obra pouco agradável. Anotei alguns que se destacam e, para não me tornar repetitivo, vou enumerar apenas três:
  • No texto “O imortal hábito feminino” por exemplo, o autor afirma, recorrendo a Nelson Rodrigues, que “gostar de ser objeto sexual é o imortal hábito feminino”. E continua: “sentir-se cachorra fácil, vadia, pelo menos por meia hora”. E finaliza afirmando que toda mulher quer ser prostituta de um homem. Será?
  • No texto “Perdão no meio da rua” o autor chama Rousseau de grande idiota. Será?
  • No texto “O profeta” o autor afirma que “toda mulher gosta de apanhar” e complementa, justificando que tal se dá “porque toda mulher normal gosta de se sentir objeto no ato sexual”. (grifei) Será?

As páginas são ilustradas por fotografias em preto-e-branco de belas mulheres em situações de adultério com o detalhe de serem todas as fotos com roupas da década de 50/60 do século passado.

O livro é incomum, sob diversos aspectos mas, não gostei. Apesar de um português corretíssimo, um raciocínio lógico muito bem elaborado, capítulos curtos e fáceis de ler com uma apresentação primorosa, comete porém um pecado, para mim, mortal – coloca todas as mulheres num saco só e as agride de forma grosseira e inaceitável. Talvez ele, o autor, vá me taxar de “idiota da objetividade” caso venha a ler estas linhas. Ao contrário, eu, não o considero um idiota. Apenas, equivocado.
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