Dados técnicos de O Homem do Prego

Título original – The pownbroker
Direção – Sidney Lumet
Produção – Estados Unidos
Ano de lançamento – 1965
Duração – 1h 55min
Fotografia – em preto-e-branco e tela pequena

Elenco e personagens

Rod Steiger …………………..Sol Nazerman
Geraldine Fitzgerald ………Marilyn Birchfield
Brock Peters ………………….Rodriguez
Jaime Sánchez ………………Jesus Ortiz
Marketa Kimbrell ……………Tessie
Baruch Lumet …………………Mendel
Juano Hernandez …………..Sr. Smith
Linda Geiser ……………………Ruth
Nancy R. Pollock ………………Bertha
Raymond St. Jacques ……….Tangee
John McCurry …………………..Buck
Ed Morehouse …………………Robinson
Eusebia Cosme ………………..Sra.Smith
Morgan Freeman ……………..Homem na rua
Reni Santoni …………………….Drogado vendendo um rádio

 

Sobre O homem do Prego

O filme é uma adaptação do livro homônimo (The pawnbroker) de Edward Lewis Wallant. Infelizmente, no Brasil, o título que colocaram dá uma idéia diferente do que realmente trata o filme. Embora prego possa também significar penhor, muita gente pensa que o homem do prego refere-se a um comerciante de pregos, como objeto de  metal ponteagudo com cabeça de ponta chata usado para adesão de dois objetos. Inclusive, no site do Filmow (veja no link) algum desavisado, que não assistiu ao filme para fazer a sinopse, assim colocou:  “Sol Nazerman é um simples comerciante de pregos, mas no passado sofreu os abusos e destratos do Regime Nazista.” Já denunciei o erro e, talvez consertem. Este filme, assisti a ele no dia 02 de março de 1967 no Cinema de Arte Coliseu. Foi o filme que inaugurou aquele cinema nesta nova fase mas, infelizmente, já não mais existe.

Sinopse

Mas, vamos ao que interessa. Sol Nazerman (Rod Steiger) é um homem atormentado por lembranças que não lhe saíram da memória. Estivera em um campo de concentração nazista, e agora era o dono de uma casa de prego, isto é, de penhores, onde ele compra e vende objetos usados. Só pensava em dinheiro, e tinha um ajudante latino, Jesus Ortiz (Jaime Sanchez), a quem em todas as noites, ensinava um pouco do que sabia. Este ajudante é chefe de uma quadrilha. Nazerman, alem das frequentes lembranças angustiantes,  ainda era atormentado por um homem – Rodriguez (Brock Peters) – que lhe financiava tudo e um dia, quando ele foi no prego mandar que Sol assinasse uns papeis e ele não quis assinar pois desejava morrer, leva uma surra e Rodriguez lhe diz que o mataria, mas não naquela hora, pois ele queria morrer.

Ele morreria na hora que não quisesse isso. Jesus vai roubá-lo juntamente com seus comparsas mas, dissera para não atirarem. Quando um deles, desobedecendo as ordens, vai atirar em Nazerman, ele fica na frente e morre em seu lugar. Nazerman depois, angustiado, pois está cheio de recordações desagradáveis, num desempenho magistral e impressionante, que lhe valeu a indicação para o Oscar de melhor ator em 1966, enfia a mão em um prendedor de papéis e sai pela rua, andando desiludido e sofrendo a dor das lembranças e de sua mão ensanguentada. Assim termina este excepcional “The Pownbroker” de Lumet, o grande diretor de Fail safe (Limite de segurança), The hill (A colina dos homens perdidos) e muitos outros.

 

Minha opinião sobre este longa

Um filme angustiante, seguramente o melhor trabalho de Sidney Lumet, que teve o seu resultado demonstrado no melhor desempenho de Rod Steiger que, infelizmente, não foi reconhecido pela academia. O Oscar de melhor ator daquele ano foi para Lee Marvin, por Dívida de Sangue mas, dois anos depois, a academia lhe fez justiça dando-lhe a estatueta pelo seu desempenho em No calor da noite que, apesar de também magistral, não se compara à sua performance neste longa de Lumet. Recebeu também o Globo de Ouro pelo mesmo trabalho no ano anterior, isto é, em 1967.

Lumet utiliza a fotografia do filme em tons escuros e com pouquíssima luz, porque retratar a desolação e tristeza com que o protagonista convive. No início do filme, entretanto, há cenas com muita luz, no campo, onde o diretor mostra em recordações, a vida de Nazerman com os filhos e a bela esposa. Naquela ocasião, tudo era alegria, aconchego, felicidade, no entanto, chegam os alemães e levam Nazerman para um campo de concentração onde ele começa a viver seus momentos de tormenta que o iriam levar ao desespero nos dias atuais.

Cena de destaque

Uma das cenas que merece destaque é quando uma mulher chega em sua loja para penhorar um anel que vale 20 dólares e ela precisa do dobro, oferecendo-se para Sol como mercadoria. No entanto, ao tirar a roupa, vem à lembrança de Sol, sua bela esposa nua, sendo destinada a um oficial nazista. Este é apenas um exemplo, do que tanto marcou a vida daquele homem, que agora vive como um zumbi, indiferente a tudo, insensível ao drama das pessoas que chegam à sua loja necessitadas, oferecendo aquilo que ainda tem de mais valioso e recebem apenas um ou dois dólares. Sol naquele momento, constata a similitude de procedimentos e métodos dos nazistas que destruiram sua família com os vividos ali, naquele bairro miserável de Nova Iorque. E isso é o começo de sua aniquilação total.

Não foi à toa que o diretor escolheu o nome de Jesus (Ortiz), para ser o nome do salvador de Nazerman porque, numa outra clara alusão ao lider do catolicismo, Nazerman fura a mão no prendedor de papeis no ponto central da palma, e sai vagando pelas ruas com a mão ensanguentada que havia sido furada, tal qual ocorre com o Nazareno que, também não por acaso, tem um nome parecido com o do principal protagonista.
Mereceu cinco estrelinhas (cotação máxima)

 

Assista ao filme completo clicando no link abaixo.

Blog Verdades de um Ser – O homem do prego

Nota:

O link acima irá lhe direcionar para uma outra postagem do blog Verdades de um Ser que contem o filme.