Direção – Anthony Asquith

 

O Rolls Royce Amarelo é um filme muito bom, dirigido por Anthony Asquith e com um elenco de estrelas.  Alain Delon, Ingrid Bergman, Shirley MacLaine, Omar Shariff, Rex Harrison e Jeanne Moreau, entre outros. Só por esta informação, você já pode concluir que este filme é valioso e merece ser visto.

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Sinopse

Em três histórias diferentes e em tempos distantes, um luxuoso Rolls Royce amarelo testemunha histórias de amor e traições envolvidas pelos seus donos: um aristocrata inglês enganado por sua esposa francesa, um gangster de Chicago, que passa as férias na Itália com sua noiva, e um destemido milionário americano.

O filme começa com um carro coberto com uma lona sendo transportado pelas ruas de Londres. Na lona via-se nitidamente os dois RRs entrelaçados,  símbolo da Rolls Royce.

O primeiro episódio

A primeira história tem um humor requintado. O carro é entregue numa loja e fica exposto em uma vitrine. Andando pela rua, o Lorde Frinton para em frente a loja e se interessa pelo carro. Entra na loja e entra no carro. Começa a investigar o que tem dentro e ao fechar a cortina ela não segura e o barulho chama a atenção do vendedor que vem atendê-lo e começa a falar sobre o motor do carro e outros dados técnicos que não causam o mínimo interesse no pretenso comprador.

Ele diz que não gostou do tipo de decanter e que o telefone estava mal colocado pois ele o queria do lado esquerdo. O vendedor fica revoltado. Mas não fala nada. Ele manda entregar o carro na casa de campo, já com os ajustes que ele recomendou. Aumento do banco alguns centímetros para as pernas da esposa, troca do decanter e do local do telefone. O dono da loja diz que entregaria dentro de uma semana e ele contesta dizendo que precisava do carro naquela mesma noite pois era uma surpresa para a esposa. Um presente de compensação por ele ter esquecido o aniversário de casamento deles na semana anterior.

A divertida tortura da esposa

Ao chegar em casa ele sai com a esposa no Rolls Royce para testá-lo e mostrar a ela seu presente. Ela no entanto só está preocupada com a hora pois tinha marcado com o amante um encontro e a hora passa sem ela poder fazer nada. Depois que voltam, ela combina com o amante que irá encontrar-se com ele no quarto mas o marido termina subindo com ela deixando todos os convidados na festa. Estas cenas são divertidíssimas.

Na corrida do dia seguinte, ela lamenta com o amante os contratempos do dia anterior, mas combinam de encontrar-se dentro do Rolls Royce durante a corrida. Numa conversa com uma mulher, o marido é informado que ela deveria estar com o amante no carro e ele vai até lá e flagra os dois aos beijos. Voltam para casa transtornados.

“Como vou odiar viver a partir de agora!” é a frase que o Lorde Frinton diz à esposa ao chegarem em casa depois da corrida. E o cavalo dele tinha ganhado! Havia uma grande festa em casa preparada. Todos os empregados estão do lado de fora esperando para recepcioná-lo. E os amigos também. É um final deprimente!

Segundo e terceiro episódios

O segundo episódio é bem diverso do primeiro. Transcorre na Itália, com cenários belíssimos de Gênova, Pisa e Florença. Mas ao invés de um requintado galã, o protagonista é um brutamontes da máfia, grosseiro e sem classe.

A amante do mafioso Paolo Maltese se envolve com outro homem, um fotógrafo, numa viagem que o amante faz para vingar-se de alguém nos Estados Unidos. Depois que o amante volta ela dá o fora no Stefano (o fotógrafo) para evitar que o amante o elimine por ciúmes.

A última história se passa em Trieste, fronteira da Iuguslávia. Ingrid Bergman faz a sra. Gerda Millet e Omar Shariff o sr. Davich.  A Iuguslávia foi invadida pelos alemães e o sr. Davich é um guerrilheiro que procura com um grupo de homens defender o seu país invadido. Consegue uma valiosa aliada na pessoa da sra. Millet que por ele se apaixona. Ao contrário dos outros dois episódios, este é de uma história de amor e fidelidade. Após algumas viagens no Rolls Royce cheia de homens para transportá-lo de um local para outro, ela volta para a América trazendo consigo o carro.

Dados técnicos deste filme

Produção = Inglaterra
Direção – Anthony Asquith
Título original – The Yellow Rolls-Royce
Gênero – Comédia dramática romântico-psicológica
Ano de lançamento – 1964
Duração do filme – 2 horas e 02 minutos
Fotografia – Colorida
Trilha sonora – Riz Ortolani

 

Elenco e personagens

Alain Delon: Stefano
Ingrid Bergman: Gerda Millett
Rex Harrison: Lorde Charles Frinton
Shirley MacLaine: Mae Jenkins
Jeanne Moreau: Lady Eloise Frinton
George C. Scott: Paolo Maltese
Omar Sharif: Davich
Art Carney: Joey Friedlander
Edmund Purdom: Fane
Roland Culver: Norwood
Isa Miranda: Duquesa d’Angouleme
Gregoire Aslan: Albanian Ambassador

 

Minha opinião sobre o filme

Assisti a este filme quando tinha 14 anos. Foi um filme que adorei, atribuindo a ele a cotação 4 1/2 que correspondia a ótimo. Uma pontuação a menos que a máxima. Eu o vi no Cinema São Luiz, num sábado de setembro de 1965.

O filme consta de três histórias em épocas e locais diferentes mas todas têm em comum, o mesmo Rolls Royce Amarelo.

A primeira história é emocionante! Os primeiros minutos já mencionei aqui em algum lugar desta resenha. E são divertidíssimos os diálogos do lorde Charles Frinton com o vendedor do carro. A segunda história é a mais insossa do filme. Mas a última fecha com chave de ouro, com uma história de amor, ao contrário das outras duas que tratam da traição.

Um filme maravilhoso que vale por cada minuto que a ele nos dedicamos. Mereceu quatro estrelinhas.