Direção – Charles Vidor

Charles Vidor foi um cineasta húngaro que emigrou para os Estados Unidos em 1920 e lá fez carreira como  diretor de cinema. Dirigiu ao longo de sua carreira, toda nos Estados Unidos entre 1929 e 1960 quase quarenta filmes. Morreu em Viena aos 58 anos em 1959. Seu último filme, lançado após a sua morte, que não chegou a ser concluído por ele, foi “Sonho de amor” (1960) recebeu 2 Oscars da Academia em 1961: o de Melhor trilha sonora e o de Melhor filme. É um filme biográfico da vida de Franz Lizst, o famoso compositor húngaro do século XIX estrelado por Dirk Bogarde e Capucine. O filme foi concluído por George Cukor que não recebeu os créditos.

Resumo deste filme de Charles Vidor

Nathalie Rogin é uma moça simples que está sendo julgada por assassinato do seu namorado. André Morestan que é dono de uma loja de bicicletas em Paris, onde se passa o filme, é convocado para ser jurado no processo acima mencionado mas ao chegar lá descobre que ficaria apenas como um suplente para o caso de algum impedimento de algum jurado. Após ouvidas 2 testemunhas o jurado nº 5 passa mal e é obrigado a retirar-se forçando a suspensão do julgamento.

O juiz pergunta pelos jurados suplentes e Andre adianta-se, se oferecendo para substituir o jurado que se ausentara. Ele então pergunta se Andre tinha ouvido os interrogatórios e se estava em condição de assumir o lugar do jurado ausente. Ao escutar a resposta afirmativa de Andre diz que poderiam recomeçar o julgamento.

A sessão recomeça e, a certa altura Andre faz uma pergunta que recebe um elogio do promotor pela pertinência da mesma. Andre termina por ser o principal responsável pela absolvição de Renata. Sua participação no júri lembra muito a sequência em 12 homens e uma sentença de Sidney Lumet. Este último filme que citei teve seu lançamento muito depois deste filme de Charles Vidor mas as situações são bem semelhantes. Andre fica tentanto convencer os demais jurados da inocência de Renata. Embora ele não tenha nenhuma aproximação com ela. Apenas coisa de sua consciência e interpretação dos fatos apresentados.

O Depois do Julgamento

Após o julgamento Andre procura Renata para lhe oferecer ajuda. Ela estava passando por dificuldades, não tinha onde morar nem conseguia emprego em razão de seu passado. Andre lhe oferece dinheiro e a contrata como empregada em sua loja. Ela embora resistente, termina por aceitar e não é muito bem aceita pela esposa de Andre que também a convida para se hospedar em sua casa. Também o filho dele fica com uma pulga atrás da orelha pois a reconhece em virtude de ter estado presente no julgamento, embora o pai tenha dito que ela era filha de um antigo amigo.

 

Isso termina por lhe causar grandes problemas. Um dos jurados vai até sua loja para falar sobre o julgamento e ele, com medo, manda que ela vá se esconder para que ele não a veja. Depois, o filho encontra o pai abraçando Renata na sala do almoxarifado. Ele estava apenas consolando-a pois ela chorava pelos problemas que estava causando, mas não foi o que aparentou para Pierre Morestan. Entretanto, ele se apaixonou por Renata e ficou em grande conflito pois estava apaixonado por uma assassina. Era assim que todos a encaravam, embora ela tivesse sido absolvida.

Dados técnicos do filme

Direção – Charles Vidor
Produção = Estados Unidos
Título original – The lady in question
Gênero – Comédia dramática romântica psicológica
Lançamento – 1940
Duração do filme – 1 hora e 20 minutos

Elenco e personagens

Brian Aherne …………. Andre Morestan
Rita Hayworth ……….. Natalie Roguin
Curt Bois ………………. Henri Lurette
Edward Norris ……….. Robert LaCoste
Evelyn Keyes ………… Francois Morestan
Frank Reicher ……….. Presidente
George Coulouris ….. Advogado de Defesa
Glenn Ford …………… Pierre Morestan
Irene Rich ……………. Michele Morestan
Lloyd Corrigan ……… Advogado de Acusação
Nicholas Bela ………. Nicholas Farkas
Ralph Peters ……….. Pedestre

Minha opinião sobre o filme

O filme é uma comédia dramática muito bem conduzida pelo diretor Charles Vidor, que explora muito bem os talentos de Glenn Ford (Bem novo) e Rita Hayworth que, como sempre, está muito linda! O Brian Aherne também dá um show de interpretação. As tomadas de cena são muito bem aproveitadas dando ao filme até um certo ar de suspense e mistério.

O final é muito bem manuseado por Charles Vidor. A princípio nem tanto, mas com o decorrer das cenas você percebe um humor fino na sequência. Não quero dizer muito para não criar um spoiler mas, tenho certeza que você gostará do final.

Mereceu três estrelinhas.