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Direção – Jean Renoir

Jean Renoir foi um cineasta francês, mas também escritor, encenador e ator. Foi filho do famoso pintor impressionista francês do século XIX Auguste Renoir. Este pintou muitos quadros com imagens de mulheres ou de cenas de carinho entre homem e mulher. Abaixo dois desses quadros.

Renoir Renoir

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Infelizmente não foi valorizado na sua época, tendo seus filmes relegados como obra menor. Produziu ao longo de seus 84 anos de vida, nada menos que trinta e seis filmes, sendo nove deles na época do cinema mudo, e o restante, já na era do cinema falado. Mas, só em 1975, já com 80 anos, teve sua obra reconhecida pela Academia de Hollywood, quando recebeu um Oscar Especial pelo conjunto de sua obra. E só no ano seguinte, a França, seu país de origem, através do Ministério da Cultura, lhe conferiu uma condecoração.

Jean Renoir

Seus principais filmes foram “A grande ilusão” (1937) e “A regra do jogo” (1939), às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Este último, disputa junto com Cidadão Kane, a posição de Melhor Filme do Século XX.

 

Este é um filme de Jean Renoir de 1947 com Joan Bennett e Robert Ryan. Filme noir em preto e branco lançado pela extinta RKO.

Dados técnicos de A mulher desejada de Jean Renoir

Diretor – Jean Renoir
Produção – Estados Unidos
Título original – La femme sur la plage ou The Woman on the Beach
Ano de  lançamento – 1947
Gênero Drama Filme noir , Romance
Duração do filme – 1 hora e 11 minutos
Fotografia – preto & branco
TRILHA SONORA – Hanns Eisler

Elenco e personagens

Joan Bennett: Peggy Butler
Robert Ryan: Scott Burnett
Charles Bickford: Tod Butler
Irene Ryan: Mary Wernecke

Jean Renoir

Sinopse

Um jovem tenente da Polícia Montada, que está noivo de uma moça local, conhece uma mulher muito bela e misteriosa numa das suas rondas pela praia, com a qual se envolve sentimentalmente. Mas ela é casada com um famoso pintor que, por ter ficado cego, está revoltado com tudo e com todos. Cria-se assim um clima de mistério e terror ao redor deste triângulo amoroso.

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Visão de outra pessoa sobre o longa de Renoir

 

Do Blog Críticas avulsas de cinema, cujo link se encontra ao final, escreveu uma excelente sinopse com comentários sobre este filme que não assisti ainda a ele, mas quero disponibilizá-lo para o público. Então, com esta citação, copiei e colei o texto abaixo, que repito, não é meu..

“Um dos últimos longas do diretor trabalhando com a língua inglesa e seu último filme a se passar de fato nos Estados Unidos. É um belo trabalho envolto em mistério, percebe-se notoriamente que o longa parece picotado pelo estúdio, porém não chega a prejudicar o enredo. Narrando a história de um ex-soldado que desenvolve um transtorno de estresse pós-traumático, revivendo os eventos da guerra em seus sonhos, atualmente trabalha como policial de uma pequena cidade, que acaba por conhecer uma enigmática mulher na praia.

A sequência inicial do longa entra numa das grandes obsessões do diretor pela água e pelo movimento da mesma, sempre demonstrando como sua força carrega uma pulsação de vida. Bem, o que se apresenta é o sonho de Scott, o policial interpretado por Robert Ryan, uma fusão de uma bomba, de navios afundando, misturando os destroços dos barcos com o próprio corpo do personagem principal enquanto se perde no meio de tanta água. É uma verdadeira força movente da montagem cinematográfica, conseguindo criar o aspecto pictórico do sonho de maneira completamente coerente.

Jean Renoir

Efeitos visuais

Lembrando bastante do uso de efeito visuais simples e iniciais do cinema, como o muito belo cinema de Jean Vigo. De forma poética, na cidade litorânea, o policial vaga pelas praias desertas à cavalo, em travellings carregados de suspense, sempre com a sensação de que existe algo à espreita, ao mesmo tempo que se pensa na sua impossibilidade de entrar naquelas águas que vão e vem. A mulher enigmática, interpretada com maestria por Joan Bennet, um dia, envolta pela névoa, o convida para sua casa, construindo um arranjo de uma traição já que o protagonista está enamorado. Os dois se veem identificados um com o outro, pelo fato de serem atormentados pelo passado de certa forma.

O cerne do enredo

Mas logo de início, a história apresenta o que de fato está para explorar é um triangulo amoroso formado por Scott, Peggy, a misteriosa mulher, e seu marido, um pintor cego chamado Tod. Mas a cegueira do personagem também se faz presente como um fantasma, que embaça a sua visão, que serve de metáfora para sua própria condição de estar impossibilitado de continuar algo. A relação dos três é muito forte, pois cada um apoia-se no outro construindo assim uma simbiose bem perturbadora. Seus diálogos até expõem isso de maneira por vezes até mesmo óbvia, mas é como se este arranjo tivesse tornando-se necessário, ao mesmo tempo que parecia que iria explodir a qualquer momento.

Charles Bickford está muito bem como Tod, seu olhar realmente diz pouco, assim tornando suas ações e pensamentos em constante sigilo. Em um momento do longa, Tod e Scott decidem pescar no mar, vivenciando uma tempestade. A trucagem que em certos momentos estragou o visual interessantíssimo de “O Segredo do Pântano” volta a aparecer de maneira grosseira, o que acaba retirando o impacto que esta cena no revolto mar contém. Além disso, toda a expressão de fenômenos dos sonhos do personagem parece ecoar pela narrativa, como se ainda estivesse preso em seu trauma, mas não só ele, todos os três protagonistas se conectam por se ancorar demais em seus passados.

Por fim, se o longa parece um pouco picotado, com personagens, como a namorada de Scott, pouquíssimos desenvolvidos, ou uma narrativa levemente corrida. Tudo se torna mais aprazível em sua expressão poderosa de fluidez de movimento de câmera e com a total conexão de seus personagens e o seu ambiente.”

Blog Críticas avulsas de cinema
https://criticasavulsasdecinema.blogspot.com/2018/01/1947-mulher-desejada-jean-renoir-eua.html

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Para assistir ao filme, basta clicar na imagem abaixo, estando logado no VK.

 

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